Novas informações sugerem que o anterior CEO do consórcio alemão, Martin Winterkorn, e outros responsáveis da VW foram avisados um mês antes do escândalo sobre os elevados custos inerentes à fraude das emissões. O membro do grupo VAG preso nos Estados Unidos revelou que um mês antes das informações serem divulgadas pela imprensa já se sabia qual poderia ser a fatura. O antigo Diretor da Volkswagen do Departamento do Ambiente e da Engenharia em Michigan, Oliver Schmidt, disse ao jornal alemão Bild am Sonntag que o então responsável máximo da Volkswagen, Martin Winterkorn, foi informado a 25 de agosto de 2015 de que os custos associados ao escândalo das emissões ascenderiam a cerca de 16 mil milhões de euros. Além de Martin Winterkorn, que foi alvo recentemente de um mandato da Interpol, outros responsáveis da VW foram avisados da situação. Dado que só a 18 de setembro de 2015 os investigadores do caso tomaram conhecimento da fraude nos testes de emissões por parte do Grupo Volkswagen, significa que Martin Winterkorn e outros responsáveis da marca já saberiam do caso e dos custos que o mesmo acarretava para o Grupo Volkswagen cerca de um mês antes dos investigadores. A Volkswagen comprometeu-se prontamente a solucionar o caso na altura, embora, pela quantidade de modelos afetados, com as reparações a prolongarem-se no tempo. Schmidt confidenciou ter informado Winterkorn sobre as consequências da fraude numa reunião em que também estiveram presentes Heinz-Jakob Neusser, à data o Chefe do Departamento de Desenvolvimento, e Herbert Diess, que ainda ocupa funções na Volkswagen. A Volkswagen não se pronunciou sobre estas declarações, apontando que ainda estão em curso investigações, posição seguida por Herbert Diess, que mantém o silêncio sobre as acusações em que foi visado. Recorde-se que Oliver Schmidt foi detido nos Estados Unidos na sequência das investigações. O Dieselgate, nome em como ficou conhecido o escândalo das emissões do Grupo Volkswagen, foi divulgado no final de 2015, seguindo-se investigações que ainda estão em curso. Recentemente, os automóveis de topo da Audi foram analisados, mas a controvérsia alargou-se a outras marcas, entre as quais os italianos da Fiat , em França na Renault, e ainda a outros compatriotas como a Porsche (também do Grupo VW) e à Mercedes. A fabricante de componentes Bosch também está sobre o radar das investigações, existindo a suspeita de que poderá ter desempenhado um papel central na fraude das emissões. A União Europeia não descarta a ideia de que as directivas decretadas pelo parlamento europeu possam ter contribuído para a fraude da indústria automóvel nas emissões e procedeu à discussão de um conjunto de ideias para evitar a reincidência de casos semelhantes. Fonte: Automotive News Europe (notícia atualizada às 16.31h de 10/07/2017)