Para evitar ser preso, o antigo CEO da Audi Rupert Stadler decidiu confessar o seu envolvimento no caso DieselGate e terá de pagar uma multa de 1,1 milhões de euros para as autoridades judiciais encerrarem o caso.
O antigo CEO da Audi Rupert Stadler vai confessar a sua participação no caso DieselGate para evitar ser preso e pagar uma multa de 1,1 milhões de euros. Os procuradores alemães aceitaram o acordo, segundo refere a agência Reuters.
Rupert Stadler foi preso em 2018 e enfrenta um processo em tribunal desde 2020 pelo seu papel no escândalo. A confissão do antigo CEO da Audi, que segundo os advogados deverá ocorrer no dia 16 de maio, evitará ter de cumprir uma pena de prisão entre 18 meses a 24 meses. Todavia, não escapa ao pagamento da pesada multa.
Em setembro de 2015, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos anunciou que a Volkswagen tinha violado o Clean Air Act. Mas só em novembro de 2016 que os reguladores descobriram que os engenheiros da Audi também tinham utilizado um dispositivo para falsear os resultados das emissões. Ambas as marcas tinham instalado um software ilegal nos veículos a gasóleo que se destinava a alterar as emissões os testes na América.
O escândalo teve um efeito brutal nas vendas, que diminuíram de 500.000 unidades em 2012 para 323.000 apenas quatro anos depois. Desde então, a marca tem vindo a trabalhar para melhorar a sua imagem, tendo mesmo lançado uma campanha publicitária em 2019, onde pedia desculpa pelas suas ações, garantindo que os seus novos veículos no futuro seriam elétricos
Afinal também haviam outros
No decurso do escândalo Volkswagen, as agências governamentais começaram a ter mais atenção a outros fabricantes, incluindo a Mercedes-Benz, BMW, Fiat Chrysler Automobiles (agora Stellantis) que também foram apanhadas a fazer batota nos testes de emissões.
Rupert Stadler não foi o único funcionário da Audi a ser acusado, já que o antigo executivo Wolfgang Hatz e um engenheiro também foram processados. Contudo, ambos confessaram terem manipulado as emissões, ao contrário de Rupert Stadler que anteriormente tinha rejeitado as alegações acerca do seu envolvimento.
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As ações do Volkswagen Group levaram à aplicação de pesadas multas nos Estados Unidos e noutros países onde foram vendidos veículos com software ilegal. Ainda no início deste ano, a Coreia do Sul anunciou que a Mercedes-Benz, BMW e Volkswagen teriam a pagar uma multa combinada de 42,3 mil milhões de won (28.9 milhões de euros) por conluio para enganar as normas de emissões.