Mesmo com as ameaças da União Europeia de taxas alfandegárias acrescidas para os veículos elétricos oriundos da China, continua a crescer o número de marcas chinesas que elegem a Europa para a sua internacionalização. A última chama-se Denza e pretende ser uma rival directa de Audi e BMW.
Fabricante de veículos elétricos fundado em 2010, que chegou a ter a alemã Mercedes-Benz como accionista, mas que hoje em dia é detida, apenas e só, pelo gigante chinês BYD, a Denza pretende agora avançar para a Europa, com um primeiro modelo: uma shooting brake, de nome Z9 GT, avança a britânica Autocar.
Apresentado no último Salão Automóvel de Pequim, o Denza Z9 GT é uma carrinha com mais de cinco metros (5,18 m), posicionada no topo da oferta da marca chinesa, enquanto modelo porta-estandarte de uma gama que, na China, conta ainda com os SUV N7 e N8, além do MPV D9. Estes últimos, disponíveis apenas no mercado interno e, com motorizações híbridas plug-in e 100% elétricas.
Ainda sobre o Z9 GT, conta com um trem de força composto por três motores elétricos (um à frente e dois atrás), a anunciarem, em conjunto, uma potência de 965 cv e, principalmente, um binário que chega aos 1380 Nm. Atributos com os quais a shooting brake diz ser capaz de acelerar dos 0 aos 100 km/h em apenas 2,9 segundos.
Segundo a Autocar, na calha, para Europa, poderá estar ainda um todo-o-terreno, conhecido no mercado chinês como Fangchengbao Bao 5, mas que, nos mercados externos, adoptará um outro nome.
"Acreditamos que o Bao 5 poderá ser uma boa opção para a Denza na Europa", afirmou, em declarações à publicação britânica, Yi Sun, director de produto da Denza para a Europa, mas que já liderou, em tempos, a estratégia de produto da norte-americana Ford para os mercados internacionais. E que garante, agora, que "queremos colocar todos estes produtos [Denza] sob uma única marca de luxo".
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Entretanto e parte das aspirações globais da casa-mãe BYD, a Denza começou a sua internacionalização pelos mercados em redor da China continental, como é o caso de Hong-Kong, onde nem mesmo o volante à direita impediu a marca de apostar neste país.
Já no que diz respeito à Europa, Yi Sun começou por recordar que a estratégia global da BYD levou já o fabricante a reforçar a investigação e desenvolvimento no Velho Continente, como forma de adequar os seus produtos aos gostos dos consumidores locais. Aliás, hoje em dia, "o departamento de engenharia é liderado por uma equipa na China, mas que trabalha com as informações oriundas da operação-satélite na Europa".
De resto, o mesmo responsável garante que "houve uma mudança no sistema de desenvolvimento da BYD", pois, "até há bem pouco, os nossos modelos eram desenvolvidos, em grande parte, segundo os padrões chineses. Hoje em dia, porém, todos os modelos futuros estão já a ser desenvolvidos segundo um padrão global, de forma a economizar tempo em termos de eficiência, naquela que é a engenharia definida para todos os mercados, Europa incluída".