Depois da apresentação online, a oportunidade para o primeiro contacto dinâmico com o novo "canivete suíço" da Dacia, o "familiar reinventado" que o construtor não se cansou de dizer ser motivo de grande felicidade. Algo que, também nós, quisemos confirmar, naquele que foi o primeiro contacto, também dinâmico, ao volante do novo (e promissor!) Jogger!
Felizes. Esta terá sido, mesmo, a palavra mais vezes proferida pelos responsáveis da Dacia, durante a apresentação daquela que é mais recente adição à gama do fabricante automóvel romeno. Vista como uma espécie de solução capaz e versátil para todo o tipo de necessidades e ocasiões - como também já aqui afirmámos, um "canivete suíço"... à romena -, capaz de agradar, fruto da sua estética exterior, aos fãs dos crossovers, como também e em resultado do espaço interior e versatilidade, aos defensores e necessitados de uma carrinha.
De resto e embora concebido com base na mesma plataforma do Renault Clio, também conhecida como CMF-B, - embora aqui particularmente esticada, conforme demonstram os 4547 mm de comprimento, com 2897 mm de distância entre eixos... -, a realidade vem demonstrar que este Dacia Jogger consegue ir muito mais além. Sendo, inclusivamente, capaz de disputar posições, não somente no segmento C, onde se insere, mas inclusivamente entre modelos com ambições de espaço e versatilidade maiores. Graças, também, a um posicionamento e imagem em linha, não apenas com as mais recentes propostas de sucesso da marca, como é o caso do Sandero e dos seus mais 2,5 milhões de unidades comercializadas, mas, principalmente, com aquelas que são, atualmente, as principais tendências no mercado automóvel.
Exemplos desta certeza, são os vários pormenores que colocam o Jogger como uma proposta capaz de agradar aos incontáveis apaixonados por modelos de inspiração crossover e que, certamente, apreciarão a maior altura solo (200 mm) ou as soluções estéticas como as protecções em plástico nas cavas das rodas e zona inferior da carroçaria, ou, ainda, as versáteis barras longitudinais de tejadilho, que podem ser também posicionadas transversalmente, permitindo transportar até 80 kg no tejadilho. Argumento a que se somam umas jantes em liga leve de cor negra ou metalizada, e cujas dimensões podem variar entre as 16 e as 17 polegadas, dependendo do nível de equipamento.
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Ainda a partir do exterior, um enorme portão traseiro, sem qualquer ajuda extra no operar - sistemas de accionamento elétrico não é coisa para a marca romena... - , mas a garantir, em conjunto com o posicionamento dos farolins na vertical e ao longo dos pilares, um acesso amplo àquele que é, definitivamente, um autêntico mundo de espaço. Cuja capacidade de carga pode ir dos 160 litros com os sete lugares em uso, até aos 708 l com cinco bancos (duas filas) e, finalmente, até aos 1.819 litros, com apenas os bancos da frente em uso!
Único senão: para dispor de um piso totalmente plano, é preciso, não apenas rebater 60:40 os bancos da segunda filha, tipo caracol, contra os dianteiros, mas também retirar os dois bancos da terceira fila - fáceis de remover, a Dacia fez todos os esforços para que pesassem apenas 10 kg cada um e até lhes arranjou um saco (opcional) para que ficassem protegidos quando arrumados na garagem. Onde, aliás, também pode ficar a chapeleira, extensível, que, diga-se, bem podia ter uma pega bem mais definida...
Espaço? É coisa que não falta!
E já que falamos do habitáculo, a confirmação da presença daquele que é, desde há muito, um dos principais atributos nos modelo Dacia: a excelente habitabilidade em qualquer um dos lugares, inclusivamente, para pernas, com a maior surpresa, neste Jogger, a vir da terceira fila, onde os dois bancos individuais conseguem acomodar ocupantes até 1,80 m (até 1,90 mm, como referem os responsáveis da marca, já nos parece ambição a mais...), graças aos 855 mm disponíveis em altura (910 mm na 2.ª fila e 923 mm à frente). E, isto, sem obrigar os ocupantes a viajarem com os joelhos demasiado altos, também por ser possível acomodar os pés debaixo dos assento da segunda fila.
Menos convincente, contudo, a entrada e saída destes lugares, já que, apesar dos ganhos resultantes do recorte mais alto da portas traseiras, continuam a obrigar o passageiro, no acesso, a baixar-se bastante. Tornando-se ainda mais difícil sair, devido às filas de bancos estarem dispostas tipo anfiteatro e com os assentos altos!
Num habitáculo para o qual a Dacia reivindica vários espaços de arrumação espalhados ao longo do interior, totalizando 24 litros de capacidade, já no caso específico dos lugares da frente, um ambiente em tudo idêntico ao do novo Sandero, com o condutor a beneficiar de uma posição de condução agradável, graças a um banco e volante com todas as regulações necessárias, além de um com um apoio de pé esquerdo bem definido, painel de instrumentos analógico com um ecrã TFT ao centro, e ecrã táctil ao centro do tablier. Este último, parte de um sistema de informação e entretenimento cujas funcionalidades variam consoante uma de três soluções: Media Control, ou seja, a versão base, que não dispõe sequer de ecrã, mas apenas um suporte para podermos colocar o smartphone, o qual, através da instalação da app da marca, passa a poder emparelhar-se com o carro, oferecendo as funções básicas; Media Display, já com ecrã táctil de 8", replicação do smartphone com recurso a cabo USB e entradas USB; e o Media NAV, que, recorrendo ao mesmo ecrã táctil a cores, já dispõe, além de suporte físico próprio para o smartphone, sistema de navegação integrado.
Três níveis de equipamento, um Extreme para durar...
Aliás e já que estamos a falar de equipamento, momento para referir que o Jogger estará disponível, também em Portugal, em três níveis - Essential, Comfort e Extreme -, o último dos quais, anunciado como uma espécie de versão de lançamento, com a duração de apenas um ano. Mas que, não temos dúvidas, se manterá por muito mais tempo, até por ser aquele que, certamente, mais venderá!
A justificar esta opinião, não somente um preço que continuará a ser atractivo - quando a isso, já lá vamos... -, mas também uma série de pormenores que, claramente, fazem aumentar o poder de cativar deste Jogger: a antena Shark em preto brilhante, as jantes em liga leve escurecidas de 16 polegadas, o cartão mãos-livres, o ar condicionado automático, as mesas tipo avião para os passageiros traseiros e até a câmara de marcha-atrás. Sendo que, para os mais exigentes, existirá, ainda, a possibilidade de juntar a este rol mais algumas opções, como é o caso da pintura metalizada (400€), do pneu sobressalente (100€) - excepto na motorização GPL, mas (também) já lá vamos... -, ou ainda do pack Comfort II (600€), sinónimo, entre outros, de travão de estacionamento assistido, alerta de ângulo morto e sistema de ajuda ao estacionamento traseiro.
Argumentos a que, no domínio da segurança activa e passiva, se juntam, ainda e de série, os seis airbags e a assistência à condução de última geração.
Motorizações a gasolina, GPL... e híbrida
Entrando nas motorizações, uma oferta constituída por três motores, a começar num pequeno tricilíndrico de 999cc (TCe) a gasolina com 110 cv de potência e 200 Nm de binário, que, acompanhado de uma caixa manual de seis velocidades, anuncia uma capacidade de aceleração dos 0 aos 100 km/h em 10,5s, com cinco ocupantes, assim como recuperações dos 80 até aos 120 km/h, em 8,2s (4ª velocidade) e 11,4s (5ª). Além de uma velocidade máxima anunciada de 183 km/h, com consumos em ciclo combinado de 5,7-6 l/100 km WLTP e emissões de CO2 de 130-133 g/km WLTP.
Também disponível desde o lançamento, uma motorização Eco-G 100, sinónimo de gasolina + GPL, que, tendo por base o mesmo motor com injecção directa, anuncia uma potência máxima a GPL de 100 cv entre as 4.600 e as 5.000 rpm, e de 67 cv, entre as 4.800 e as 5.000 rpm, quando a gasolina. Já o binário máximo, é de 170 Nm, entre as 2.000 e as 3.500 rpm, quando a GPL, e de 160 Nm, entre as 2.100 e as 3.750 rpm, quando a gasolina.
Relativamente a prestações, valores oficiais que começam, quando a GPL, nos 175 km/h de velocidade máxima, 12,3s na aceleração dos 0 aos 100 km/h e 9,6s nas recuperações dos 80 para 120 km/h, quando em quarta velocidade e apenas com cinco ocupantes a bordo. Ao passo que, a gasolina, os valores são de 172 km/h, 12,5s, e 10,3s nas recuperações.
Finalmente, nos consumos e emissões, a promessa de uma redução de 40% nos custos com combustível, graças a um consumo combinado de 7,4-7,7 l /100 km WLTP quando a GPL, com emissões de CO2 de 118-123 g/km WLTP. Enquanto, quando a gasolina, os valores passam para 6,0-6,3 l/100 km WLTP, com emissões de 135-240 g/km WLTP.
Já lá mais para a frente, em 2023, passará a estar igualmente disponível uma motorização híbrida, da qual e pelo menos para já, pouco se sabe. A não ser que e segundo avançaram os responsáveis da marca, será originário da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi - muito provavelmente, o novo E-Tech que a Renault já comercializa em vários modelos... - e que anunciará uma potência máxima de 140 cv.
Condução? É um Dacia!
Mas se, sobre este primeiro híbrido Dacia, pouco é ainda possível afirmar, já sobre as restantes duas motorizações, o contacto dinâmico com o novo Jogger, em terras de França, permitiu fundamentar, desde já, algumas certezas. A começar, pelo mais óbvio: trata-se, sem qualquer sombra de dúvida, de um Dacia!
Concebido a partir de uma já bem conhecida e de valor amplamente comprovado, plataforma CMF-B, o Jogger replica em si todas as características que fazem, hoje em dia, parte do ADN dos modelos da marca romena. E que, em termos de condução, passam por um desempenho confortável, estável, seguro e, acima de tudo, familiar.
Características que se reflectem, igualmente e desde logo, no habitáculo, onde, a par de uma construção de boa solidez, a procurar atenuar uma escolha de materiais - plásticos, principalmente... - mais modesta, é possível encontrar, ainda, uma posição de condução agradável, a procurar facilitar o acesso a comandos e a visibilidade de toda a informação, mais até que para trás - motivo pelo qual acabamos agradecendo a inclusão da câmara traseira...
Com uma direcção, travagem e caixa de velocidades claramente em linha com o próprio carro, ou seja, sem muito feedback ou até mesmo precisão, mas, acima de tudo, a procurar oferecer agradabilidade no desempenho, nota, ainda e já no capítulo dos motores - referir que pudemos conduzir, tanto o gasolina, como o bi-fuel gasolina + GPL -, para a resposta, mais convincente e enérgica, da parte do gasolina, que do bi-fuel. Com o primeiro a ganhar, igualmente, nos consumos... mas menos - conduzido ao longo de cerca de 130 quilómetros, por um trajecto misto de cidade, auto-estrada e estradas mais sinuosas, o registo de uma média final de 8,1 l/100 km, a GPL, ao passo que, com a versão exclusivamente gasolina e realizando um percurso muito semelhante, esta ficou nos 5,8 l/100 km. Muito melhor? Não, se levarmos em linha de conta que o GPL é bem mais barato que a gasolina, mas, também, que estes foram resultados conseguidos com uma condução sempre tranquila e a cumprir limites de velocidade que raramente passavam dos 50/80 km/h.
E, a terminar... os preços
Finalmente e a terminar, os preços (provisórios) deste novo "canivete romeno" da Dacia, que, não temos dúvidas, são mais um motivo para a felicidade dos responsáveis do construtor com sede em Mioveni, na Roménia.
Com uma gama composta por três níveis - Essential, Comfort e SL Extreme -, cujas diferenças de preço, da versão base para a intermédia é de 1.800€, e da intermédia para a de topo é de apenas 1.000€, a entrada na família Jogger é feita através da motorização Eco-G 100 Bi-Fuel Essential de 5 lugares, com o preço de 14.900€. Sendo que, a troca do bi-fuel pelo TCe 100 FAP de cinco lugares significa um aumento de apenas 500€ (15.400€), enquanto o acréscimo de mais dois lugares - sete, portanto... -, representa, em qualquer uma das motorizações e versões, mais 750€.
Passando ao nível de equipamento intermédio Comfort, um preço de arranque de 16.700€ (Eco-G 100 Bi-Fuel 5 lug.) e de 17.200€ (TCe 100 FAP 5 lug.), ao passo que o topo de gama SL Extreme começa nos 17.700€ (Eco-G 100 Bi-Fuel 5 lug.) e 18.200€ (TCe 100 FAP 5 lug.). Tal como já referimos, também aqui, a opção pelo sete lugares representa um acréscimo de 750€ nestes preços.
Terminar, dizendo, ainda, que o Dacia Jogger vai ficar disponível nos concessionários em Portugal, dentro em brev. mais concretamente, durante o próximo mês de Março de 2022, sendo que, ainda antes disso, esperamos poder ter um contacto dinâmico mais prolongado - um ensaio, portanto... -, já por estradas portuguesas.