Curiosidades sobre automóveis elétricos

Embora não seja certo que o futuro passe pela eletrificação do parque automóvel, a verdade é que começamos a dar os primeiros passos nesse sentido. Um caminho que se adivinha longo e cheio de desconfianças. As mesmas desconfianças que há pouco mais de um século, os cocheiros tinham em relação aos veículos de propulsão autónoma. Para ajudar a perceber melhor o que o futuro nos reserva vamos tentar desmistificar algumas ideias preconcebidas acerca dos automóveis elétricos.   Os automóveis elétricos poluem tanto como os diesel? Olhando apenas aos gases de escape, e sabendo que não há nada que polua tanto como o produto da combustão do gasóleo, os motores diesel não têm qualquer hipótese. Um automóvel elétrico desloca-se do ponto A ao ponto B sem produzir qualquer espécie de emissão, um feito que é contrário à natureza dos motores de combustão. No entanto, é preciso ter em conta as emissões associadas à produção de eletricidade que carrega as baterias e das próprias baterias. Em Portugal há um investimento cada vez maior nas energias renováveis, mas ainda não há forma de calcular com rigor as emissões globais associadas a um automóvel elétrico. No inverno a autonomia baixa? Sim. No entanto, a crescente utilização de bombas de calor para o aquecimento dos automóveis tem vindo a diminuir os efeitos indesejáveis do frio na autonomia. Estes sentiam-se com mais intensidade nos modelos das primeiras gerações, dependentes das baterias para o aquecimento. A bomba de calor reduz este consumo, embora haja muitos condutores que a propõem como opcional. Um automóvel elétrico pode fazer grandes viagens? Não. Por muita volta que se dê, a autonomia das baterias vai ser sempre um problema. É verdade que a maioria dos automóveis elétricos em comercialização tem capacidade para dar a volta ao mundo… desde que haja um posto de abastecimento a cada 80 km. E paciência para esperar um bom par de horas de cada vez. Os automóveis elétricos são demasiado caros. Por enquanto. Basta um construtor fazer com os elétricos o que Henry Ford fez com o modelo T para os preços caírem. A produção das baterias é cara. Sem dúvida. Sobretudo por causa do processo de extração do Lítio. Por enquanto há muito e se a produção aumentar o preço deve baixar, mas há 100 anos também havia muito petróleo… O que fazer com as baterias gastas? Quando uma bateria deixa de servir para um automóvel ainda tem muitos anos de vida pela frente. É uma forma barata de armazenar energia, com uma esperança de vida na casa dos 20 anos. Findo este prazo, pode ser reciclada. Carregar a bateria não é fácil. Se não se tiver uma garagem, não. Entre falta de civismo e desconhecimento, a maioria dos postos de carregamento da MOBI.E servem de estacionamento a veículos de combustão. No entanto, com a renovação das infraestruturas e a consciencialização do público este é um problema com tendência a resolver-se.