Uma das consequências da crise do COVID-19 em Espanha foi o aumento das vendas de carros mais antigos e poluentes. Muitos deles com mais de 20 anos.
A Espanha tem sido um dos países europeus com mais casos registados de COVID-19 e agora parece estar a enfrentar uma segunda vaga.
Os receios de contágio e também da recessão, os espanhóis estão a evitar utilizar os transportes públicos e a adquirirem automóveis antigos mais baratos e…poluentes. Esta tendência poderá aumentar o risco de aumento das emissões de gases.
De acordo com dados do Instituto de Estudos do Setor Automóvel, as vendas de veículos com mais de 20 anos aumentaram 31%, para 44 mil unidades, em julho e agosto deste ano, face a período homólogo de 2019.
O valor médio da transação era de aproximadamente 1400 euros, segundo informação do portal de vendas de veículos Sumauto, adiantado que algumas unidades chegaram a ser vendidas por 500 euros.
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Enquanto as vendas de carros antigos dispararam, o mercado de viaturas novas teve um modesto crescimento de 1,1% em julho e caíram 10% em agosto.
Aumento da poluição atmosférica
Ao mesmo tempo, o transporte público registou uma quebra de 40% nos passageiros durante o verão em comparação com igual período do ano passado.
Com uma previsão de quebra da economia espanhola de, pelo menos, 9% em 2020 e o aumento do desemprego em agosto, após uma ligeira diminuição em julho, muitos espanhóis estão a procurar poupar dinheiro.
Contudo, a utilização de carros antigos pode ser negativa para o ambiente e para a saúde, designadamente para o aparelho respiratório.
"Os carros antigos, mesmo quando eram novos, eram mais poluentes porque as normas ambientais eram menos exigentes há 15 ou 20 anos atrás", explica Adrian Fernandez, especialista em transportes da Greenpeace Espanha, à agência Reuters.
Após muitos anos em circulação, esses carros poluem, agora, ainda mais. "É um retrocesso na qualidade do ar. Isto tem impactos negativos em termos de doenças respiratórias, sendo uma delas o COVID-19" acrescentou.