O "Pony Car" da Ford acaba de renovar-se para o mercado europeu e chega a Portugal em junho. A identidade está lá toda, como convém num Mustang, mas as alterações, embora ligeiras, são em grande quantidade. Destacamos quatro: novos faróis full LED, instrumentação digital herdada do Ford GT, nova caixa automática de dez velocidades e alterações de potência em ambos os motores. https://youtu.be/2G6XHc6vZGg Começando pela carroçaria e design, o Mustang está um pouco mais esguio de aparência. Mais largo e baixo na frente. A parte baixa da grelha e para-choques estão diferentes, agora com um "splitter" que ajuda a aumentar a carga aerodinâmica na zona frontal para evitar que a frente levante tanto na aceleração e em alta velocidade. O efeito nota-se, tal como a menor vibração do capô, que tem mais nervuras e entradas de ar. E tudo o que é iluminação e sinalização utiliza agora tecnologia LED: ópticas, faróis de nevoeiro, luzes diurnas, piscas, até os inevitáveis farolins traseiros verticais. De resto, o capô continua enorme e o Mustang mantém o seu caráter americano, cheio de identidade e a fazer rodar cabeças e olhares à sua passagem, mesmo que o espaço nos lugares traseiros seja exíguo e a qualidade dos revestimentos esteja uns pontos abaixo do que o mercado europeu exige… aos carros europeus. Ainda assim, o revestimento da consola melhorou, com pele sintética e costuras bonitas, tal como os bancos desportivos Recaro, opcionais mas, na nossa opinião, imperdíveis. E mesmo que a manipulação do computador de bordo seja uma confusão, que os bancos misturem regulações eléctricas com manuais e que o sistema de navegação seja fraquinho, o que é um facto é que andar de Mustang dá sempre gozo. Outra novidade decisiva no habitáculo é o ecrã de instrumentos totalmente digital e configurável ao gosto do condutor, com sete cores disponíveis e uma miríade de possibilidades de arrumação dos mostradores e funções. Foi herdado do estratosférico Ford GT e é a primeira vez que a Ford utiliza uma solução destas no mercado europeu. É nesta instrumentação que se vêem agora mais dois modos de condução, um My Mode que é configurável pelo condutor e um modo Drag Strip Mode, para arranques a queimar borracha. Continuam lá os modos Normal, Sport+, Track e Snow/Wet. Também pela primeira vez estes modos de condução passam a poder ter influência na suspensão: a Ford propõe os amortecedores magnéticos pilotados MagneRide, um opcional que custa 2236€ mas que está disponível em toda a gama. A escolha destes diversos "comportamentos" do Mustang altera assim a firmeza dos amortecedores, mas também a resposta da direcção, do acelerador, dos sistemas de ajuda à condução (controlos de estabilidade e tração), do som do escape e das leis de passagem da nova caixa automática de dez velocidades. O chassis também recebe melhores ancoramentos da suspensão traseira e barras estabilizadoras mais grossas para um melhor controlo do adornamento em curva. O Ford Mustang vale, essencialmente, pelo seu motor V8 de voz trovejante, conjugado com a caixa manual de seis velocidades de selector curto e firme que transita da geração anterior. Ainda assim, reconhecemos que a nova caixa automática de dez velocidades é um dos mais importantes reforços do novo modelo. Testámo-la na bela Route Napoleon dos Alpes mediterrânicos e gostámos de três coisas: da excelente rapidez das passagens de caixa no seu modo Sport ou manual sequencial (através das patilhas no volante), do bom escalonamento, com uma décima velocidade verdadeiramente utilizável, inclusive em torno das 2000 rpm a cerca de 100 km/h para poupar combustível e, finalmente, da forma como, no modo automático, a caixa encontra sempre a mudança certa para manter o motor no seu regime de utilização ideal. A quarta grande alteração da gama Mustang dá-se nos motores. E segundo a explicação do Product Marketing Manager para o Mustang, Jan Herzog, a explicação é simples: a marca decidiu, e bem, refinar o funcionamento do V8. Aplicou-lhe um novo sistema de injecção direta e isso implicou a utilização de um novo sistema de tratamento de gases de escape, a incluir o filtro de partículas (obrigatório para controlar as emissões de perigosas partículas microscópicas emanadas pelos motores de injecção direta de gasolina). No caso do V8 o novo sistema de escape resulta benéfico para o rendimento do motor atmosférico, que agora respira melhor nos regimes baixos e intermédios. E o resultado é um ganho de 29 cv, passando agora a anunciar 450 cv de potência. Já no motor de 2.3 litros e 4 cilindros Ecoboost, também de injecção direta, o filtro de partículas teve o efeito contrário, levando a uma perda de 27 cv, devido ao efeito de contrapressão provocado no turbo pelo novo sistema de escape. Assim, o 2.3 Ecoboost passa a anunciar 290 cv de potência, mas consumos mais contidos na casa dos 9 litros aos cem. Os preços anunciados para Portugal são altamente penalizados pela elevada cilindrada dos motores, sendo especialmente gritante no caso do V8, cujo preço base é de 36 085€ (Fastback com caixa manual), mas que, depois de cumpridas todas as obrigações fiscais, dispara para um PVP de 94 526€. O novo Mustang estará disponível nas configurações Fastback (coupé) e Convertible (cabrio), este com capota de lona e accionamento parcialmente elétrico, estando a caixa automática disponível em ambos os motores, como pode verificar na tabela de preços que publicamos abaixo. Ford Mustang de 2018 - Gama e preços para Portugal Fastback 2.3 Ecoboost 290 cv M6: 54 119€ Convertible 2.3 Ecoboost 290 cv M6: 56 552€ Fastback GT 5.0 V8 450 cv M6: 94 526€ Convertible GT 5.0 V8 450 cv M6: 99 979€ Fastback 2.3 Ecoboost 290 cv Auto. 10 vel.: 56 789€ Convertible 2.3 Ecoboost 290 cv Auto 10 vel.: 61 785€ Fastback GT 5.0 V8 450 cv Auto 10 vel.: 95 643€ Convertible GT 5.0 V8 450 cv Auto 10 vel.: 101 326€ Pacotes de equipamento opcional Pack personalização - 2643€ - Jantes exclusivas de 19" em níquel brilhante; navegação + ecrã táctil de 8", audio Shaker Pro de 12 colunas, estofos em couro climatizados e com costuras contrastantes ou bancos Recaro; consola forrada a vinil. Pack interior carbono – 1067€ - Estofos em couro Alcantara e portas forradas a Alcantara, punho da alavanca de mudanças e painel de instrumentos em carbono. Sistema de navegação com ecrã tátil de 8" + SYNC 3 + Audio premium com 12 colunas - 1231€. Mais opções: Bancos climatizados - 712€ (incompatível com os bancos Recaro) Alarme de perímetro - 407€ Bancos em couro Recaro – 2084€ - Regulação manual (só no Fastback) Amortecedores programáveis MagneRide – 2236€ Tejadilho preto – 508€ (só no Fastback) Listas pretas ou brancas no capô e tejadilho - 508€ (só no Fastback) Spoiler traseiro - 508€ (só no Fastback) Pintura metalizada – 813€ Pintura metalizada especial "Triple Yellow" e Orange Fury" – 1423€