Comissão Europeia reafirma metas até 2035… com flexibilidade

A Comissão Europeia reafirmou, esta quarta-feira, a intenção de manter as metas anti-emissões já fixadas e que passam pelo fim da comercialização de carros novos a gasolina e gasóleo, até 2035. Sendo que o mesmo se passa com as metas intermédias, embora admitindo, desde já, uma maior flexibilidade.

O anúncio foi feito pelo Comissário Europeu para os Transportes, Apóstolos Tzitzikóstas, assumindo, no entanto, que a revisão já prevista dos regulamentos para 2026, foi agora antecipada para o terceiro e quarto trimestres deste ano. Algo que, ainda assim, garantiu, não beliscará as metas já estipuladas.

“Mantivemo-nos fiéis às metas até 2035, o que significa que nos mantemos fiéis às metas para 2025, 2030 e, naturalmente, para 2035”, afirmou, na apresentação do novo plano de acção em defesa dos construtores automóveis europeus, Tzitzikóstas.

Recorde-se que, ainda na segunda-feira, dia 3 de março, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen,  anunciava que os fabricantes automóveis europeus passavam a dispor de três anos, ao invés de apenas um, para cumprirem as metas anti-emissões fixadas para 2025.

Já depois deste anúncio, a Automotive News Europe avançava que, com o novo plano de acção, a Comissão Europeia pretende ajudar a uma maior e mais fácil implementação do Veículo Elétrico na Europa, nomeadamente, retirando os apoios fiscais à compra de frotas a gasolina e gasóleo, de forma a que as empresas optem, antes, por elétricos.

Desta forma, as marcas europeias deverão conseguir, também, competir, de forma mais igual, com os fabricantes chineses mais avançados.

Associações criticam

Entretanto, grupos de lobby como a Associação Europeia de Consumidores (BEUC) ou a Federação Europeia do Transporte e Ambiente (T&E) criticaram já o adiamento das metas para 2025, defendendo que, tal medida, aliviará a pressão sobre os construtores europeus para que construam EV mais acessíveis, deixando a Europa ainda mais atrás da China. Na opinião da T&E, esta deverá ser, mesmo, a última concessão do legislador, aos fabricantes automóveis.

Já a E-Mobility Europe, organização que representa os fabricantes de veículos elétricos, fornecedores e empresas detentoras de postos de carregamentos, lamentou a flexibilização anunciada para 2025, não deixando, no entanto, de acolher com satisfação a prometida legislação sobre frotas empresariais, o apoio à expansão da produção de baterias e a priorização das ligações de rede de carregamento e das infraestrutura de carregamento de veículos pesados, conclui a Automotive News Europe.