Numa altura em que está prestes a comemorar 30 anos de produção e comercialização deste tipo de veículos na Europa, a Citroën acaba de anunciar a despedida do segmento dos monovolumes. Decisão que será cumprida com o fim da produção do Grand C4 Spacetourer, já para julho...
A informação foi veiculada pela própria Citroën, que, como já seria de esperar apontado o dedo ao crescimento da procura por crossovers e SUV, em detrimento dos outrora muito valorizados monovolumes. Embora afirmando, apenas, que os motivos devem-se "à mudança de expectativas em termos de modernidade, estilo e utilização", a qual acabou levando ao "afastamento dos clientes do mercado dos MPV".
Segundo avança a Automotive News Europe, o Citroën Grand C4 Spacetourer deixará a linha de montagem já no início de julho, colocando assim um ponto final numa história que começou no século passado, mais concretamente, em 1994, ano em que lançou o Evasion. Proposta que, tendo conhecido um facelift a meio do ciclo de vida, em 1998, manteve-se em comercialização até 2002, terminando com um total de mais de 120 mil unidades vendidas.
Também em 2002, surgiu o sucessor, baptizado de C8 e que, ao manter-se em comercialização durante um total de 12 meses, acabou vendendo um pouco mais que o Evasion - 150 mil unidades. Embora a comercialização de monovolumes, na Citroën, tenha efectivamente explodido com o Xsara Picasso, proposta que vendeu um total de 180 mil veículo... apenas e só no primeiro ano de comercialização!
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Monovolume que, de certa forma, revolucionou o segmento, o Xsara Picasso manteve-se ao serviço até 2012, ano em que o modelo recebeu o merecido descanso, mas com um número de unidades comercializadas verdadeiramente colossal: 1,76 milhões de unidades.
Entretanto e ainda antes desse momento solene, em 2006, a marca francesa deu a conhecer o C4 Picasso, que haveria de conhecer uma segunda geração em 2013, e que, em 2018, receberia novo nome: C4 Spacetourer. Altura em que veria igualmente chegar um "irmão maior", precisamente, o Grand C4 Spacetourer.
Finalmente e depois de, em 2020, ter sido anunciado o fim da versão de cinco lugares, desta feita, é a variante maior, de sete lugares, que recebe direito ao descanso.
A referência 2007
Com um já bem longo percurso no segmento, a Citroën acabou tendo como melhor ano, ao longo destas quase três décadas, 2007. Ano em que comercializou um total de 115.000 unidades Xsara Picasso e 215.000 veículos C4 Picasso.
Entretanto e apesar da decisão agora tomada, a verdade é que a Citroën não abandona por completo as famílias mais numerosas e necessitadas de mais espaço, já que continua a comercializar, tanto o Berlingo, como o Spacetourer. Duas propostas baseadas em veículos comerciais, é certo, mas que, ainda assim, conseguem cumprir com as necessidades deste tipo de clientes. Inclusivamente, oferecendo trens de força elétricos.