Embora tudo menos consensual, a Citroën decidiu replicar a fórmula estilística estreada com o C5 X, num modelo de maior volume. Batizado de C4 X, este novo X chega a Portugal ainda em janeiro, apenas com motorização elétrica (ë-C4 X) e preços a partir de 40.000 Euros. Precisamente aquela que nós fomos conduzir a Madrid.
Anunciado ainda na segunda metade de 2022, altura em que foram igualmente divulgados os níveis de equipamento e os preços indicativos para Portugal, o Citroën C4 X é, no fundo, o reforçar de uma aposta arriscada. Ainda que e no caso do modelo que veio inaugurar, na marca do 'double chevron', esta carroçaria - o C5 X -, seja a própria Citroën a garantir que tem vindo a registar um sucesso assinalável.
Distinguindo-se por congregar num mesmo corpo os predicados estilísticos de uma berlina de quatro portas, com o perfil esguio de um fastback, além dos hoje em dia muito apreciados pormenores visuais que caracterizam os SUV, o conceito chega, agora e com este C4 X, a um segmento de importância substancialmente maior e que, ainda por cima, não conta ainda, nos mercados do Velho Continente, com qualquer proposta do género. Ou, pelo menos, não quando disponibilizada também com motorização 100% elétrica - a única, aliás, que virá para o mercado nacional - e com um preço de entrada a rondar os 40 mil euros!
Assim e embora com o modelo prestes a desembarcar em solo nacional, onde terá inclusivamente direito a um fim-de-semana de portas abertas, já a partir do próximo dia 18 de janeiro, não quisemos deixar de ir até Madrid para um primeiro contacto com aquele que a Citroën acredita poder vir a ser um sucesso comercial ainda maior que o C5 X. Ajudado não apenas pela procura dos clientes particulares, mas também pelo sector dos condutores e empresas de TVDE, as quais contarão, inclusivamente, com condições especiais de aquisição. Mas, quanto a isso, já lá vamos...
Melhor a habitabilidade que a estética
Afinal e até por se tratar da primeira vez que tínhamos oportunidade de ver 'in loco' este C4 X, a curiosidade centrava-se, antes de mais, em perceber a forma como a marca francesa aplicara, num modelo com menos 200 mm de comprimento (4,60 m), a fórmula estreada no C5 X. Sendo que, o resultado final que podemos admirar presencialmente e que surge marcado não apenas por uma frente quase decalcada do C4, mas principalmente pela mesma conjugação de conceitos e linhas já aplicadas no irmão maior, não nos deixou com maiores certezas quanto a um possível sucesso; pelo contrário, ainda estamos a tentar decidir para que lado cair!...
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Partilhando a mesma plataforma e-CMP do C4 e, como tal, com a mesma distância entre eixos, o C4 X oferece, depois, um habitáculo que, com um acesso um pouco mais alto que o habitual, revela uma solidez e qualidade perceptível razoável, ainda que com alguns plásticos demasiado rijos e não muito agradáveis ao toque, em lugares totalmente expostos (é o caso da zona frontal do tablier), ambas acompanhadas de uma posição de condução assumidamente mais alta, fruto de um banco confortável em que, além da impossibilidade de garantir uma boa visibilidade traseira (culpa, neste caso, mais de um óculo traseiro fortemente na perpendicular), só sentimos falta de um pouco mais de comprimento no assento.
A acompanhar, um volante de ampla regulação, cortado na parte superior e inferior, e com óptima pega, mas também um painel de instrumentos 100% digital encaixado no tablier e com retroiluminação, além de um generoso ecrã central táctil a cores de 10", também de aspecto algo básico, ainda que com funcionalidades como a navegação com base em mapas Tom Tom atualizados em tempo real, assistente digital, comando por voz e capacidade de armazenar até um total de oito perfis. Podendo também integrar o opcional pack de serviços Citroën Connect, como forma de complementar a interface My Citroën Drive Plus.
De resto, tão ou mais convincente, pareceu-nos a quantidade de espaços de arrumação abertos e fechados (à quantidade de gavetas à frente do pendura, com, inclusivamente, um suporte para posicionar um tablet, foi uma autêntica surpresa!...), o mesmo acontecendo com a habitabilidade nos lugares traseiros, onde dois passageiros viajam com bastante espaço também para pernas, sendo que o mesmo já não se pode dizer que um possível ocupante no lugar do meio, penalizado com um túnel de transmissão saliente.
[https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/01/CitroeneC4X2022_destaque.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/01/CitroeneC4X2022_painel.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/01/CitroeneC4X2022_ecracentral.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/01/CitroeneC4X2022_cxvelocidades.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/01/CitroeneC4X2022_bancosfrte.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/01/CitroeneC4X2022_tablier.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/01/CitroeneC4X2022_bancotras.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2023/01/CitroeneC4X2022_bagageira.jpg]Algo que, diga-se, não desaparece sequer na versão 100% elétrica, já que o túnel é utilizado para albergar a bateria em forma de 'T', contribuindo para que, já na bagageira, funda e com uma capacidade inicial de 510 litros, possa existir um alçapão à entrada e por baixo do piso falso, para aí arrumar os cabos de carregamento...
Elétrico para relaxar
Aliás e falando no caso específico do mercado nacional, vale a pena sublinhar que apenas existirá esta mesma versão 100% elétrica, sinónimo de um sistema de propulsão de um só motor elétrico, a debitar 136 cv de potência e 260 Nm de binário instantâneo, enviados exclusivamente para as rodas dianteiras. Graças também ao apoio de um pack de baterias cuja capacidade não vai além dos 50 kW e que, por esse motivo, anuncia uma autonomia que não ultrapassa os 360 km. Mas que a marca também garante ser capaz de recuperar 80% da capacidade em 30 minutos, quando ligado a um carregador rápido de 100 kW, sendo que, recorrendo a uma Wall Box de 7,4 kW/32 amperes, uma carga completa já demora entre 5 horas (tomada trifásica e carregador de 11 kW a bordo) e 7,5 horas (tomada de uma só fase).
Colocado à prova num percurso com perto de 90 quilómetros, por estradas secundárias e auto-estradas em redor de Madrid, a constatação de que, tanto da parte do sistema de propulsão, como do resto do conjunto, é através do conforto e da suavidade na utilização que ë-C4 X melhor se expressa, preferindo, claramente, uma condução descontraída, em detrimento de andamentos mais extremados. Algo que, aliás, as próprias prestações anunciadas de 9,5s na aceleração dos 0 aos 100 km/h, ou os 150 km/h de velocidade máxima, rapidamente descartam.
Complementado com uma direcção também ela concebida em prol do conforto, nem mesmo a presença de um sistema de modos de condução com as tradicionais três opções - Normal, Eco e Sport - acaba por trazer grandes diferenças na resposta, com o modelo francês a preferir responder através dos consumos, os quais, numa utilização sem grandes preocupações ou limitações auto-impostas, acabaram resultando numa média real de 14,9 kWh/100 km. Sem dúvida, um registo positivo, tanto quando encarado numa perspectiva familiar, como numa perspectiva mais profissional...
Preços começam nos 40 mil euros
E já que falamos nas várias aplicações com que este Citroën ë-C4 X promete apresentar-se em Portugal, altura para que falar de preços, recordando que a filial da marca francesa no nosso País tem previsto comercializar o modelo com preços a partir de 40.191€, naquela que é a versão de entrada Feel. Já equipada com ar condicionado automático, display TFT de 5'' TFT, faróis ECO LED, pack Safety, retrovisores elétricos e aquecidos, sensores de luz e chuva, travão de estacionamento elétrico e volante em pele com comandos integrados.
A partir daí e sempre a subir na oferta, surge o Feel Pack, com um preço de entrada de 40.551€; o Shine, por 42.891€; e o Shine Pack, por 44.191€.
Referir, ainda, que, como forma de tornar este produto ainda mais atraente, a Citroën Portugal concebeu duas soluções financeiras, com base no ë-C4 X com nível de equipamento Feel Pack, em que o modelo tanto pode representar uma prestação mensal de 399€ (contrato de 48 meses/40.000 km, com manutenção e viatura de substituição), como 444€. Neste último caso, através de um contrato para 36 meses/30.000 km, com manutenção (Easy Drive), uma entrada de 6.570€ e uma prestação final (VMG) de 24.393,42€. Mas, também, já com pintura metalizada...