A Citroën acaba de apresentar o novo ë-C3, "o primeiro automóvel 100% elétrico e acessível da Europa", segundo descreve o próprio fabricante francês, e que, além de conforto e equipamento, anuncia, ainda, uma autonomia de 320 quilómetros. Mas, acima de tudo, um preço a partir dos 23.300€.
Apontada ao segmento B, a nova proposta totalmente elétrica da marca do 'double chevron' começa por ser a mais recente e fracturante evolução de um modelo que, desde o seu lançamento, em 2002, já vendeu mais de 5,6 milhões de unidades. Mas que só agora, com este importante ë-C3, adopta, de forma declarada, a mobilidade zero emissões.
Destacado, pelo próprio fabricante, também pelo facto de ter sido concebido e construído na Europa (foi desenhado em Paris e será fabricado na Eslováquia), o Citroën ë-C3 recorre à nova plataforma global para veículos elétricos da Stellantis, a "Smart Car", para e a partir daí, fazer nascer uma carroçaria que, maior que a do atual C3 em todos os sentidos (inclusive, na distância ao solo), também estreia uma nova e invulgar imagem exterior. Neste caso, a juntar ao posicionamento SUV, a linguagem de design estreada no concept Oli de 2022.
Marcada pela verticalidade, mas também pelas superfícies horizontais e tecnicamente esculpidas, esta estética acaba igualmente favorecendo o espaço num habitáculo que é maior, em todos os sentidos, ao oferecido pelo atual C3. Assumindo-se, mesmo, como a nova referência do segmento, no que ao espaço para pernas atrás diz respeito.
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A par do espaço, mas também de uma bagageira com 310 litros, a que o rebatimento 60:40 das costas dos bancos traseiro promete mais capacidade, aquilo a que Citroën designa de 'C-Zen Lounge'. E que é, basicamente, um interior totalmente repensado, não somente em termos de arrumação, mas também em soluções mais tradicionais, como é o caso do painel de instrumentos. Que, no ë-C3, surge substituído por um novo tipo de head-display, que reflete as informações numa secção preta entre a parte superior do painel e a parte inferior do pára-brisas.
Com duas versões
A somar a esta inovação, um volante novo, mais compacto e com regulação suficiente para que não cubra a visão do pequeno painel, e um ecrã central a cores de 10,25", ligeiramente inclinado para o condutor. O qual, sublinhe-se, só é de série na versão de topo 'Max' e juntamente com o sistema de infotainment "My Citroën Drive", pois, no básico "My Citroën Play", proposto na versão de entrada 'You', é nosso próprio smartphone que, em conjunto com uma app, faz as funções de sistema de entretenimento.
A procurar valorizar o conforto, outro dos predicados que a Citroën reserva para este ë-C3, a integração, de série e em todas as versões, das já conhecidas suspensões Citroën Advanced Comfort com os seus Batentes Hidráulicos Progressivos, a somar aos bancos Citroën Advanced Comfort. Os quais, além de um novo padrão e mais espuma, também garantem, no caso do condutor, uma posição de condução mais elevada.
Relativamente aos sistemas de assistência à condução, o anúncio da disponibilização de soluções como o Sistema de Travagem Activa, o Alerta Ativo de Transposição Involuntária de Faixa, Alerta de Atenção ao Condutor, Reconhecimento de Limites de Velocidade, Travão de Estacionamento Elétrico e Faróis de Feixe Inteligente e Sensores de Estacionamento Traseiro.
Com um só motor e 320 km de autonomia
Passando às motorizações, uma oferta centrada, única e exclusivamente, num só trem de força, que se destaca por ser uma estreia em modelos da Stellantis, não tanto por utilizar um só motor elétrico, a debitar 114 cv de potência e a permitir acelerações dos 0 aos 100 km/h em 11s, além de uma velocidade máxima (provisória) de 135 km/h, mas principalmente por recorrer a um conjunto de baterias LFP (Fosfato de Ferro-Lítio), capazes de garantir uma autonomia máxima WLTP de 320 km. Além de possibilitar um carregamento rápido de 100 kW DC, com o qual se torna possível recuperar entre 20 e 80% da capacidade, em 26 minutos, assegura a Citroën.
No entanto e optando por um mais usual (e aconselhável) carregamento normal em corrente alternada (AC), serão precisas 4h10min para repor entre 20 a 80% da capacidade, utilizando uma potência de 7 kW. Enquanto, se a corrente for de 11 kW, bastará 2h50min de ligação à tomada.
Concluído o carregamento, os proprietários que disponham dos serviços conectados (pagos à parte) "Connect Plus", também podem, além de gerir os horários de carregamento e pré-aquecer ou pré-arrefecer o habitáculo, planear, com base na energia existente, a rota mais eficiente.
A partir de 23.300€... ou 19.990€ em 2025
Disponível nos mercados da Europa a partir do segundo trimestre de 2024, com dois níveis de equipamento ('You' e 'Max') e um só trem de força, a prometer 320 km de autonomia, o Citroën ë-C3 deverá, assim e segundo avança a marca francesa, iniciar comercialização com um preço de entrada os 23.300€.
No entanto e porque a marca do 'double chevron' não pretende que os esforços para uma mobilidade elétrica mais acessível fiquem por aqui, a promessa, desde já, formulada, de que, em 2025, chegará uma nova versão deste ë-C3, com apenas 200 km de autonomia. Mas, também, com um preço de arranque ainda mais acessível: 19.990€.