Ainda concept. C5 Aircross é prenúncio da melhor Citroën

Desvendado, em estreia mundial, no salão automóvel parisiense atualmente a decorrer, a nova geração do conhecido SUV maior da Citroën, pouco mantém da geração; a não ser, o nome!…

Partindo da nova plataforma multienergias STLA Medium, a mesma que já alberga propostas como o novo Peugeot 3008, o C5 Aircross Concept é, inquestionavelmente, uma importante evolução daquele que deverá continuar a ser crossover porta-estandarte da nova Citroën. Emblema que, conforme explicou à TURBO a directora de Estratégia e Produto da Citroën, Laurence Hansen, pretende assumir-se como “uma marca popular, mas não low-cost”, capaz de “garantir uma maior abrangência de público que a maior parte das marcas”, neste caso, com base numa oferta produzida a partir daquilo que existe no grupo Stellantis. Sendo que, no caso dos elétricos, “com a escolha da tecnologia a ser feita com base em dois factores, autonomia e preço”.

De resto e segundo a mesma responsável, com este reposicionamento, a Citroën assumirá, de forma ainda mais clara, o foco nos segmentos B (utilitários) e C (familiares compactos), olhando, “em particular, para as famílias, além de jovens que possam ter o Ami como meio de transporte, famílias recém-formadas com um ou dois filhos, ou até mesmo famílias monoparentais, todas elas mais direccionadas para o segmento B”.

Já no que concerne a propostas como o C5 X, berlina criada a pensar no segmento D, “para já, ainda está à venda e pouco mais posso dizer em termos de futuro…”.

Um C5 com Citroën Light Wings

No entanto e numa altura em que, para o segmento dos utilitários, a Citroën parece acreditar piamente na força do novo C3, já para o não menos importante segmento C, o modelo a lançar não parece estar menos perto de poder vir a tornar-se um sucesso. Em grande parte, devido à nova linguagem estética desvendada com o concept Oli, que, conforme pudemos agora ver na abertura do Salão Automóvel de Paris de 2024, promete tornar o próximo C5 Aircross um carro pelo qual será fácil nos apaixonarmos!

Embora e para já apresentado na forma de um concept, mas que a marca garante conter 95% daquilo que será a versão de produção, o novo C5 Aircross destaca-se pela forma como combina a simplicidade das linhas, com uma imagem musculada e sólida, com muito estilo, marcada, igualmente, por pormenores distintivos como é o caso da iluminação dianteira de três pontos, a funcionar não somente como elemento de modernidade, mas também de tecnologia e carácter.

Constituído por linhas direitas e de inspiração geométrica, a próxima geração daquele que promete continuar a ser, com os seus +15 mm de comprimento (4,65 m) que o modelo atual e 1,66 m de altura, o maior dos SUV da Citroën, não deixa, ainda assim, de preocupar-se com os aspectos aerodinâmicos, aproveitando soluções como as asas, flaps e entradas de ar, além de um capot concebido igualmente nesse sentido, para, em conjunto com os ombros pronunciados, farolins de design esculpido (a que a marca deu o nome de 'Citroën Light Wings', mas que é também aquilo que nos pareceu mais difícil de transitar para o veículo de produção…), deverão ajudam a garantir mais 30 km de autonomia extra em auto-estrada, face ao modelo atual.

Sem sete lugares… mas com soluções multienergias

Por outro lado e apesar de desvendado nas suas formas (exteriores) mais esplendorosas, a Citroën escudou-se no facto de se tratar, ainda, de um concept, para não mostrar, pelo menos para já, o interior do futuro C5 Aircross. Garantindo apenas, numa afirmação que não nos parece difícil de concretizar, face às dimensões exteriores do veículo, que o SUV oferecerá uma óptima habitabilidade e igual capacidade de carga. Isto também, porque, segundo apurou igualmente a TURBO, o modelo não contará com mais do que duas filas de bancos, deixando basto espaço para malas.

Segredo, igualmente e para já, no que às motorizações diz respeito, com a Citroën a garantir, apenas e mesmo sem concretizar, que o próximo C5 Aircross disporá de uma ampla oferta de tecnologias, desde a combustão pura até ao híbrido e ao 100% elétrico. Mais uma vez, aproveitando as vantagens da opção por uma plataforma multienergias, que este SUV maior se encarrega, de resto, de estrear, na marca do double chevron.

Ainda sobre a futura versão de produção deste novo C5 Aircross, a TURBO sabe que a Citroën pretende fazer a apresentação mundial, seguida do lançamento no mercado, durante o verão de 2025, com a garantia, desde já, de preços que serão mais baixos que os praticados no “irmão” Peugeot 3008. Também aqui, fruto do posicionamento mais “popular” da Citroën.

C4 e C4-X apresentam renovação

Entretanto e a ajudar a eleger a Citroën como uma das marcas presentes em Paris com maior número de novidades, a atualização a meio do ciclo de vida das berlinas fastback de segmento C, C4 e C4 X, as quais ganham, a partir daqui, uma reformulação estética que não só as aproxima da nova linguagem de design da marca, como lhes garante uma imagem exterior mais... serena e elegante.

Com chegada prevista aos concessionários no início de 2025, os agora renovados C4 e C4 X ganham uma nova e mesma secção dianteira, que se apresenta mais moderna e aerodinâmica, além de contando com a mais recente assinatura luminosa do construtor. Tudo isto, culminado, no pólo oposto, com uma traseira que se anuncia como mais fluida e equilibrada; e que, diga-se, cativou-nos ainda mais que a frente!

A par da renovação estilística, promessas de ainda maior conforto a bordo, resultado da inclusão de novos bancos Citroën Advanced Comfort, conjugados com um novo painel digital de 7” e novo ecrã central de 10”, mas, também e principalmente, com a já conhecida suspensão Citroën Advanced Comfort, bastante espaço em todos os lugares e um total de 20 tecnologias de assistência à condução.

Finalmente, a garantia, também nestes modelos, de uma oferta multienergias e multitecnologias, com ambos a disporem de motorização híbrida de 48V, traduzida num 1.2 tricilíndrico de 136 cv disponível tanto para o C4, como para o C4 X, e uma variante de 100 cv, apenas para o C4.

Igualmente à disposição, versões elétricas de 115 kW e 100 kW, a anunciarem 415 e 355 km de autonomia no C4, e 425 e 360 km no C4 X (valores WLTP ainda por homologar), a par de uma versão térmica com motor 1.2 turbo de 130 cv e caixa automática de 8 velocidades.

Ami revisto... com Buggy Vision

Finalmente e também em estreia mundial no palco parisiense, a antevisão daquilo que será o novo Ami, já para 2025, numa altura em que o pequeno quadriciclo 100% elétrico comemora quatro anos de existência, também como líder do seu segmento (mais de 65 000 vendas).

Entre as novidades, uma nova frente, a prometer ainda mais irreverência, complementada com novas estrias nos guarda-lamas, que a Citroën diz aludirem ao icónico 2CV.

Igualmente novo é o painel exterior traseiro, a ajudar à já tradicional simetria do modelo, patente também nas várias assinaturas gráficas que se encontram nas laterais.

Contudo, vale a pena também dizer que este novo Ami não veio sozinho, mas trouxe consigo um outro exercício de estilo, de nome Ami Buggy Vision. E que, não só através do nome, mas também fruto da ausência de portas e de um tejadilho aberto, além de pneus do tipo outdoor, pretende assumir-se como o companheiro ideal para idas à praia, aproveitando igualmente a inspiração na temática do kitesurf.

Também entre os pormenores, ganchos nas laterais que permitem fixar uma prancha de kite surf, um compartimento de bagagem específico para guardar a vela do kite e, até mesmo, uma prancha de kite surf decorada especificamente. Ao mesmo tempo que, no interior, os bancos Citroën Advanced Comfort procuram garantir maior conforto, enquanto a decoração acentua a inspiração aquática.

Em Paris, destaque ainda para àquilo a que a Citroën deu o nome de Ami Tower e que resulta numa estrutura de seis metros, com três andares, cada um deles exibindo uma versão muito especial do Ami: o Ami for All, versão adaptada que procura devolver a mobilidade às pessoas com deficiência; o Ami Rose Festival, concebido no âmbito da colaboração com a dupla BigFlo e Oli, criadores do festival cultural Rose; e o Ami Pep’s, versão dinâmica do Ami, com visual de pequeno desportivo.