Citroën 2 CV 6 Charleston assinala 40º aniversário

O sucesso foi tal que a Citroën se viu obrigada a produzir em série o 2 CV 6 Charleston até ao fim da sua carreira em 1990.

Era para ser uma edição limitada a 8000 unidades, mas o sucesso foi tal que a Citroën se viu obrigada a produzir em série o 2 CV 6 Charleston até ao fim da sua carreira em 1990. Esta versão assinala o seu 40º aniversário, sendo, hoje, um objeto de culto.

No Salão Automóvel de Paris de 1980, a Citroën apresentou o 2 CV 6 Charleston. Era para ser uma série limitada a 8000 unidades que se destinava a satisfazer os "puristas" deste modelo.

O Citroën 2 CV 6 Charleston recebeu os faróis redondos com as carcaças em vermelho e a sua pintura bicolor, com tonalidades separadas por um recorte arredondado, evocam as linhas do protótipo 2 CV de 1939.

A tonalidade mais escura está presente na parte inferior da carroçaria, nos guarda-lamas, no tejadilho e na parte superior do pára-brisas. A cor mais clara cobre a porta da bagageira, o capot, a moldura das janelas e do pára-brisas, assim como as jantes.

Um rebordo constituído por duas listas brancas contorna a parte superior das janelas, seguindo o seu formato arredondado, e na zona superior, uma ripa cromada adorna as calhas de escoamento de água em volta das portas.

Nível de equipamento do 2 CV 6 Club

O interior do Citroën 2 CV 6 Charleston herdou o nível de equipamento 2 CV 6 Club, que inclui um painel de instrumentos com velocímetro de grandes dimensões e botões de premir em forma retangular para acionamento dos comandos do limpa para-brisas, indicadores de mudança de direção e luz do nível do óleo de travões.

O condutor tinha ao seu dispor um volante monobraço que, desde 1976, estava presente nos 2 CV topo de gama. O equipamento de conforto compreendia ainda palas para-sol, com espelho de cortesia para o passageiro. Atrás das palas estão alojados os dois ganchos de desbloqueio da capota, para abertura da mesma a partir do interior.

O interior das portas possui revestimento em tecido cinza e uma faixa em plástico preto, incluindo, na sua estrutura, uma alça para ajudar a fechar as portas, e revestimento do punho de abertura e do sistema de fecho.

O 2 CV 6 Charleston recebeu, na sua edição limitada, bancos com revestimento "Pieds de Coq", enquanto as unidades produzidas em série apresentam revestimentos em cinzento com motivos em formato de losango.

Motor de 602 cc de 29 cv

No capítulo mecânico, o Citroën 2 CV 6 Charleston estava equipado com um motor de 602 cc, com carburador de duplo corpo Solex, que desenvolvia potência de 29 cv às 5750 rpm e um binário de 39 Nm às 3500 rpm.

O equipamento elétrico de 12V incluía um alternador 28A acionado por correia a uma polia que aciona também a ventoinha de refrigeração de 9 lâminas. A suspensão funciona em interação entre os dois eixos e dispõe de molas helicoidais. Os travões são de tambor à frente e atrás, comandados por um cilindro mestre simples.

O Citroën 2 CV 6 Charleston obteve um sucesso tal, que a marca francesa se viu obrigada a produzi-lo em série na fábrica de Levallois. A versão de produção diferia da edição limitada pela adoção de faróis cromados e revestimentos interiores cinza, com decorações em formato de losango.

Objeto de coleção

Apesar de ser proposto inicialmente com uma pintura bicolor vermelho delage e preto, esta versão do 2 CV seria complementada em julho de 1982 por uma alternativa em amarelo Hélios e preto, substituída um ano depois por outra em dois tons cinza, Nocturne e Cormoran.

A partir de 1988, a produção passou a ser assegurada pela fábrica de Mangualde, em Portugal. Os modelos produzidos nesta unidade são identificáveis pela presença da marca do fabricante de vidros "Covina", inserida nas diferentes superfícies vidradas do veículo.

O último 2 CV a sair da linha de montagem da fábrica de Mangualde, no dia 27 de julho de 1990, foi precisamente um 2 CV 6 Charleston em Cinza Nocturne e Cinza Cormoran.
Esta versão continua a ser um objeto de culto junto dos fãs deste modelo da Citroën. Uma unidade da série limitada original, em bom estado, tem uma cotação de 14.500 euros, enquanto uma unidade de produção em série tem um valor de mercado de 10.500 euros.