Resposta à UE. China estuda taxas para veículos europeus

Aprovadas, por uma maioria dos estados-membros da União Europeia, as novas tarifas tributárias para os veículos elétricos provenientes da China, agora é o Executivo chinês que anuncia estar a estudar um aumento das tarifas a aplicar aos veículos importados, que as marcas europeias vendem no mercado do Império do Meio.

A informação foi divulgada esta terça-feira, dia 8 de outubro, num comunicado emitido pelo Ministério do Comércio da China, em que é referido que “a China está a estudar a implementação novas medidas, que incluem o aumento das tarifas a aplicar aos automóveis importados com motores a gasolina de elevada cilindrada”. Medidas que, diga-se, atingirão, em particular, os construtores alemães e europeus que já comercializam, naquele país, modelos automóveis com motores a gasolina de 2,5 litros ou mais.

Segundo a Automotive News, que avança com a notícia, só em 2023, este tipo de propostas automóveis representaram 1,2 mil milhões de dólares, pouco mais de mil milhões de euros à taxa atual, nas vendas dos fabricantes alemães.

Contudo, vale a pena também frisar que estas novas medidas, que a entrar em vigor atingirão igualmente outros sectores, como o do brandy, estão ainda numa fase de análise, sendo, para já, vistas, apenas e só, como uma forma de pressão do Governo chinês, relativamente à entrada em vigor das novas tarifas alfandegárias que a União Europeia pretende aplicar aos carros elétricos provenientes da China. E que, em alguns casos, pode significar um agravamento de 45%.

No entanto e fruto destas ameaças, tanto, as acções das marcas automóveis, como das empresas de brandy, caíram já vários pontos percentuais. Com fabricantes como a BMW e a Mercedes-Benz a desvalorizarem, respectivamente, 3 e 2,6 por cento, enquanto, por exemplo, as ações da Remy Cointreau, já caíram mais de 8%.

Quanto às novas taxas alfandegárias já aprovadas por uma maioria dos países-membros da União Europeia (UE), vão desde os 7,8% a aplicar à norte-americana Tesla, percentagem relativamente baixa devido ao facto dos subsídios atribuídos pelo Governo chinês ao fabricante serem considerados baixos, até aos 35,3%, que serão impostos aos construtores chineses que se recusaram a prestar todas as informações pedidas por Bruxelas, como foi o caso da SAIC.

Contudo, a estas percentagens há, depois, que acrescentar os 10% que já existiam como taxas tributárias para todos os fabricantes que importam veículos para o Velho Continente e que, no caso dos não-cooperantes, levará a um disparar da percentagem total a pagar para os 45 por cento.

Mais abstenções que votos sim

Recorde-se que, na votação de aprovação das novas tarifas, Bulgária, Dinamarca, Estónia, França, Ireland, Itália, Letónia, Lituânia, Países Baixos e Polónia, votaram “Sim”, enquanto Alemanha, Hungria, Malta, Eslováquia e Eslovénia afirmaram-se contra.

Já estados-membro como a Áustria, Bélgica, Croácia, Chipre, República Checa, Finlândia, Grécia, Luxemburgo, Roménia, Espanha e Suécia, assim como Portugal, preferiram abster-se, permitindo, dessa forma, a aprovação da proposta.