Céu rasgado - Ferrari 488 Pista Spider

Nunca a Ferrari fez um descapotável tão rápido e eficaz. Nasceu para as pistas mas também fica muito bem na estrada Há sempre qualquer coisa de recordista em cada novo modelo que a Ferrari decide lançar. Este 488 Pista Spider é, de facto, o Ferrari aberto de maior performance da história da marca. É também o 50º descapotável concebido or Maranello e o que apresenta a melhor relação peso/potência, com cada um dos seus 720 cv de potência a terem de locomover apenas 1,92 kg de carro, embora seja 100 kg mais pesado que o modelo fechado (1380 kg contra 1280 kg). [https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/1_Ferrari-Pista-Spider-front-3-4.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/3_Ferrari-Pista-Spider-rear-3-4.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/4_Ferrari-Pista-Spider-side.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/5_Ferrari-Pista-Spider-rear.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/6_Ferrari-Pista-Spider-plan-view.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/7_Ferrari-Pista-Spider-interior.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/8_Ferrari-Pista-Spider-interior-2.jpg] Ainda assim, a lista de números recordistas continua no V8, o mais potente jamais concebido pela marca. Com efeito, o V8 biturbo de 3902 cc que aqui encontramos fica 50 cv acima do motor que anima o 488 Spider. A potência específica é de 185 cv/litro enquanto o binário, afinado para uma disponibilidade constante em toda a faixa de aceleração, atinge um pico de 770 Nm a partir das 3000 rpm, ou seja, mais 10 Nm que no 488 Spider. Tanto o motor como a afinação do chassis e a aerodinâmica derivam dos carros de competição com vitórias na classe GT do campeonato do mundo de resistência: o 488 Challenge e o 488 GTE. A transferência tecnológica das pistas para a estrada é, segundo a marca, a maior de sempre neste modelo, resultando em valores de desempenho esclarecedores: 2,85 s na aceleração 0-100 km/h e um tempo de 1.21,5 por volta no circuito de Fiorano.   São efeitos não só do aumento de rendimento mas também da redução de peso e do tratamento aerodinâmico, com destaque para o sistema de aspiração vindo do 488 Challenge e a envolver entradas de ar junto ao spoiler (30 mm mais alto e 40 mm mais longo) e também nos flancos. O desvio de entradas de ar das laterais para a zona posterior também permitiu ganhar espaço para a colocação de intercoolers maiores à frente das rodas traseiras. Desta forma, a Ferrari afirma ter reduzido drasticamente as perdas de carga e aumentado o fluxo de ar em direção ao motor, com ganhos na potência. O fundo do carro foi totalmente redesenhado, incluindo os respetivos geradores de vortex, agora capazes de gerar mais 10 por cento de carga vertical, colando o carro ao chão. Tal como no 488 GTB, o difusor traseiro inclui três portas ativas que rodam 14 graus para a posição de resistência mínima. Do lado da mecânica o trabalho mais importante tem como efeito a redução de peso. Um coletor de escape em Inconel, uma cambota aligeirada e bielas em titânio são soluções derivadas dos ensinamentos recolhidos na Fórmula 1, para uma redução de massa de 18 kg só no motor. Do lado do aumento da potência encontramos válvulas e respetivas molas especificamente desenvolvidas para este motor e acionadas por cames de novo perfil, assim como a espessura reduzida dos próprios cilindros e o tal coletor de escape com nova geometria. Tal como acontece com a generalidade dos Ferrari especiais, também este mereceu condutas de aspiração em fibra de carbono.   Bem vistas as coisas, praticamente todos os componentes do motor são diferentes, desde os êmbolos à cabeça dos cilindros, reforçados para suportarem as maiores cargas. Os turbos, com sensores de rotações integrados, são herdados do 488 Challenge e permitem não só uma resposta imediata como também mais rápida que no 488 Spider. Há depois uma nova gestão da cartografia dos pedais, para melhor performance nas situações limite. [https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/1_Ferrari-Pista-Spider-front-3-4.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/3_Ferrari-Pista-Spider-rear-3-4.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/4_Ferrari-Pista-Spider-side.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/5_Ferrari-Pista-Spider-rear.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/6_Ferrari-Pista-Spider-plan-view.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/7_Ferrari-Pista-Spider-interior.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/8_Ferrari-Pista-Spider-interior-2.jpg]

Atmosfera racing

A sonoridade do motor jamais poderia ficar esquecida e foi, obviamente, trabalhada para ir ao encontro das aspirações dos exigentes colecionadores de Ferrari que são os potenciais compradores deste Spider. A marca anuncia um aumento da voz do V8 em todos os regimes de rotação, com a ajuda de um bypass específico, isto sem contar com o potencial de amplificação que é a abertura da capota rígida.   Tal como acontece com o 488 Pista fechado, também o Spider está equipado com o sistema de controlo de dinâmica lateral que entra em ação quando o "manettino" do volante está na posição "CT-OFF". Lendo a trajetória e a posição do veículo na trajetória da curva e à saída desta, o sistema age por antecipação sobre as pinças dos travões para garantir maior provisibilidade e controlo da aceleração lateral. Não se trata de um controlo de estabilidade, mas antes de um sistema de auxílio na exploração das prestações máximas em curva, numa perspetiva de prolongar ao máximo o slide e o divertimento do condutor.   As mudanças de direção também foram levadas em conta, com o Pista Spider a receber amortecedores SCM-E de taragem específica e molas 10 por cento mais rígidas comparando com o 488 Spider. Também há efeitos na aceleração longitudinal, a aumentar em 13 por cento face ao modelo base. Depois há que dominar esta energia através de um sistema de travões eficaz, com o servofreio do 488 Challenge. Junto com a redução de peso conseguida, o Spider consegue ganhar um metro na travagem 200-0 km/h face ao 488 Spider. A cobertura do motor, os para-choques dianteiro e traseiro e o spoiler traseiro são em fibra de carbono. E para quem quiser mais, a Ferrari propõe pela primeira vez em opção um conjunto de jantes de 20 polegadas totalmente em fibra de carbono, que permitem uma redução de peso não suspenso de 20 por cento em relação às jantes de série.   Numa mistura de desportividade e simplicidade, o habitáculo do Pista Spider é um hino à qualidade e ao envolvimento emocional do condutor com o veículo. Também aqui o recurso aos materiais ligeiros foi decisivo, tanto para os ganhos em leveza como para a aparência cara e cuidada. Revestimentos em Alcantara fazem a ligação à vertente conforto, em harmonia com um toque de artesanato dado pelas costuras manuais contrastantes. Os poisa-pés em alumínio, tanto do lado do condutor como do lado do acompanhante, sublinham a veia desportiva do Pista, que beneficia do programa de assistência gratuito, a cobrir todas as intervenções mecânicas nos primeiros sete anos de vida útil do carro.   A marca ainda não faz referência à quantidade de unidades a produzir, esperando-se que o preço fique acima dos 290 mil euros que custa o Pista Coupé antes de quaisquer extras. [https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/1_Ferrari-Pista-Spider-front-3-4.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/3_Ferrari-Pista-Spider-rear-3-4.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/4_Ferrari-Pista-Spider-side.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/5_Ferrari-Pista-Spider-rear.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/6_Ferrari-Pista-Spider-plan-view.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/7_Ferrari-Pista-Spider-interior.jpg,https://www.turbo.pt/wp-content/uploads/2018/08/8_Ferrari-Pista-Spider-interior-2.jpg]

Ferrari 488 Pista Spider

Motor: V8 biturbo; 3902 cc; 720 cv/8000 rpm Binário: 770 Nm/3000 rpm Peso: 1485 kg (1380 kg a seco) distr. 41,5/58,5 % Desempenho: 2,85 s 0-100 km/h; 8 s 0-200 km/h; 29,5 m 100-0 km/h; 340 km/h vel. máx.  
Artigo publicado na Edição Premium da Revista Turbo 447, de dezembro de 2018. Adquira a nossa edição digital ou assine a Turbo e tenha acesso a mais conteúdos exclusivos