O CEO da Porsche Oliver Blume defende a estratégia de venda de veículos de combustão após 2035 desde que utilizem combustíveis sintéticos, posição que está em sintonia com aquilo que defende a Alemanha.
O CEO da Porsche Oliver Blume não vê qualquer conflito entre a estratégia de aceleração de eletrificação da marca e a continuação da venda de veículos de combustão na Europa que utilizem combustíveis sintéticos depois de 2035.
"Se os combustíveis fósseis forem aprovados para o futuro, isso não levará a uma alteração da estratégia da Porsche," afirmou durante a conferência de imprensa anual do Volkswagen Group.
A estratégia passa por uma oferta constituída por automóveis elétricos como o Macan a bateria, a ser lançado no próximo ano, que deverão representar mais de 80% das vendas da marca em 2030.
A Porsche, no entanto, é uma das maiores defensoras dos combustíveis sintéticos porque vê neles uma forma de se poderem utilizar no futuro automóveis de combustão como o icónico 911.
Aliança com Itália e países de Leste
A posição da Porsche está em linha com algumas grandes empresas do seu país, tendo a Alemanha formado uma frente conjunta com a Itália e alguns países da Europa de Leste, para evitar o fim dos motores de combustão a partir de 2035, se utilizarem combustíveis sintéticos.
O ministro alemão dos Transportes da Alemanha Volker Wissing confirmou que o ceticismo era partilhado com a Itália, Polónia e República.
No lado oposto da barricada encontram-se países como a França e a Espanha que defendem a proibição da venda de todos os veículos com motor térmico.
"Não podemos dizer que estamos em emergência climática e depois retirarmos da transição para veículos elétricos", sublinhou o ministro gaulês Bruno Le Maire em declarações a uma televisão do seu país. "Estamos dispostos a combater isso porque é um erro ambiente e económico".
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O governante afirmou que a Europa está cinco a dez anos atrasada em relação à China no desenvolvimento de automóveis elétricos e tem de evitar enviar mensagens inconsistentes aos construtores, incluindo os franceses como a Stellantis e a Renault.
Em resposta, Volker Wissing afirmou que o grupo de países quer uma categoria separada para os carros de combustão interna que podem usar combustíveis sintéticos e neutrais em termos de carbono a partir de 2035.