CEO da Citroën acredita que os elétricos vão "matar" os SUV

O CEO da Citroën Vincent Cobee está convicto que os veículos elétricos vão acabar por "matar" os SUV porque são mais aerodinâmicos. Olhando

O CEO da Citroën Vincent Cobee está convicto que os veículos elétricos vão acabar por "matar" os SUV porque são mais aerodinâmicos. Olhando para os números de vendas parece difícil de acreditar, mas o francês lá explica as suas razões.

No início da década de '80 do século passado, uma banda chamada "The Buggles" lançou uma música chamada "Video Killed the Radio Star", que acabaria por ser o primeiro videoclip a passar numa nova estação de televisão chamada…MTV. Mais de 40 anos depois, o CEO da Citroën Vincent Cobee antecipa o mesmo fim para os SUV face aos veículos elétricos.

À luz da tendência atual da indústria automóvel, a opinião de Vincent Cobee é indiscutivelmente polémica e está longe de corresponder às vendas, já que o segmento dos SUV e dos crossover é claramente dominante e tem vindo a matar outras tipologias de veículos como os monovolumes. Os SUV garantem elevadas margens às marcas de automóveis e, em certa medida, permitem que modelos como o Porsche 911 e o Toyota Supra ainda existam.

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Contudo, segundo alguns especialistas da indústria automóvel os SUV e os crossovers têm os dias contados, já que não conseguirão sobreviver à nova era de veículos eletrificados e totalmente elétricos.

Má aerodinâmica penaliza autonomia

Essa é a visão do CEO da Citroën Vincent Cobee que em declarações recentes aos britânicos da Autoexpress não tem dúvidas ao afirmar: "O mundo dos SUV acabou". Apesar de nesta altura ser difícil de imaginar um mundo sem novos SUV, o responsável da marca francesa lá admitiu que os "números atuais ainda não dizem que eu tenho razão".

Vincent Cobee justifica a sua tese pelo facto dos SUV não serem suficientemente aerodinâmicos e com as crescentes exigências aerodinâmicas dos veículos elétricas, aquela tipologia de viaturas maiores e com linhas menos fluídas pode tornar-se numa espécie em extinção.

SUV como o Citroën C5 Aircross têm os dias contados, afirma o CEO da marca do "double chevron"

"Num veículo elétrico a bateria, se a aerodinâmica não for correta, a penalização em termos de autonomia é enorme. Há uma diferença de alcance de 50 quilómetros entre uma aerodinâmica boa e má", afirma o CEO da Citroën, "Entre um SUV e uma berlina, o valor pode chegar facilmente aos 60 a 70 quilómetros", acrescenta.

O factor peso

Contudo, existem outros motivos. Um SUV é geralmente mais pesado do que um hatchback, uma berlina ou mesmo uma station-wagon. Mais peso implica ainda mais recursos necessários para a produção do veículo.

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Para agravar a situação, um SUV maior necessita de uma bateria maior para oferecer uma autonomia comparável a veículos mais leves. As limitações em termos de capacidade da bateria e de peso do veículo também surgirão no futuro. "As pessoas vão começar a limitar o peso e a capacidade das baterias, quer seja através de impostos, quer de regulação", sublinha o responsável da marca do "double chevron".