Automóveis vão ficar mais caros na Europa em 2025

Como preparação para as novas metas de emissões previstas para 2025, os construtores automóveis estão a aumentar os preços dos veículos com motor a combustão e a reduzir os dos elétricos.

Em antecipação às novas metas de emissões previstas para 2025, os fabricantes estão a aumentar o preço dos veículos novos com motor a combustão e a reduzir o dos elétricos.

Segundo as previsões da Associação Europeia de Construtores Automóveis (ACEA), para que consigam cumprir as novas metas anti-emissões e, assim, evitar pesadas multas, 20% das vendas de cada construtor automóvel na Europa, terão de ser constituídas por veículos elétricos. Contudo, atualmente, essa percentagem não ultrapassa os 13%.

Para construtores como a Volkswagen, Stellantis e o Grupo Renault, a solução para atingir as metas desejadas está no aumento do preço das viaturas a combustão, de forma a “orientar a procura para os veículos elétricos e atingir as metas de dióxido de carbono, evitando, assim, possíveis multas”, afirmou Beatrix Keim, analista do Centro de Investigação Automóvel, em declarações ao AutoNews.

Em França, a Peugeot já aumentou o preço dos seus modelos a combustão em cerca de 500€.

O Grupo Renault, por sua vez, já aumentou o preço do Clio puramente a combustão em cerca de 300€.

Ambos os fabricantes justificaram os aumentos como um “aumento económico” ou como “normais” no ciclo de vida de um automóvel.

Tanto a Renault, como a Peugeot, não alteraram os preços das suas propostas híbridas e elétricas.

Já a Volkswagen, igualmente ameaçada pelas multas, reduziu o preço do elétrico ID.3 para menos de 30.000€, na Alemanha.

O que está em causa?

Como já foi mencionado, em 2025, entra em vigor a nova legislação que vem fixar novas metas, em termos de emissões, para veículos novos.

Estas metas reduzem a média de emissões por marca automóvel, dos anteriores 110,1 g/km (ciclo WLTP), para cerca de 93,6 g/km, ou seja, uma redução de cerca de 15%.

No caso de incumprimento, os construtores incorrem numa multa de 95 euros por carro e por grama acima do estipulado.

O risco de incumprimento é alto e não é difícil o valor acumulado da multa subir até aos vários milhões de euros, como já aconteceu em 2020.

  • Em 2020. Construtores pagaram milhões em multas por excesso de emissões

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As multas ameaçam a margem de lucro dos fabricantes e surgem numa altura em que a indústria automóvel europeia já está enfraquecida pela diminuição de vendas de veículos elétricos e pela crescente concorrência chinesa.

A solução possível

Para ajudar no cumprimento das metas e evitar o pagamento de multas avultadas, a União Europeia (UE) disponibilizou as emission pools (cálculo das emissões).

Em termos simples, um construtor em risco de incumprimento poderá juntar-se a um outro que não esteja e as emissões de ambos serão calculadas em conjunto.

Caso idêntico e recente aconteceu em outubro, quando a Volvo concordou em partilhar as suas emissões com a Suzuki, o que poderá sair menos dispendioso para a construtora japonesa.

Contudo, como qualquer opção implica a diminuição da margem de lucro das marcas, os fabricantes continuam a esperar que as metas de emissões sejam atenuadas pela Comissão Europeia (CE).