Já sob a liderança do Grupo PSA, comandado pelo CEO português Carlos Tavares, a Opel volta aos lucros, um feito que já não era alcançado desde o final do último milénio. Desde 1999, quando ainda estava sob controlo da General Motors, que as contas da Opel/Vauxhall estavam no vermelho, apresentando sucessivos exercícios com prejuízos. Mas agora o "Toque de Midas" de Carlos Tavares, que já se tinha feito sentir sobre a Citroën e a Peugeot após a sua entrada para CEO do Grupo PSA (em 2014, quando a firma estava sob perigo de bancarrota), volta a ser demonstrado no primeiro ano em que a marca alemã surge integrada nas contas do consórcio, após a aquisição ter sido finalizada em agosto de 2017. Porque se confirma já que, depois das alterações impostas, a Opel volta aos lucros e apresentou, no final do primeiro semestre, ganhos operacionais de 502 milhões de euros. Esta mudança de rumo não pode ser dissociada dos planos delineados pelo CEO português com a estratégia "Pace". Neste caso, como já tinha feito com as outras marcas do Grupo PSA, nota-se uma clara diferença para outros planos de recuperação alicerçados em fortes aumentos de capital e investimentos externos, com a "Fórmula Tavares" a privilegiar o aumento da eficácia, otimização de processos internos e racionalização da gama de modelos. A questão da produção é fulcral na visão implementada pelo Diretor-Executivo, pois ele chegou mesmo a afirmar que as fábricas da PSA eram bem mais eficientes do que as que estavam sob controlo da marca alemã. Para se perceber o impacto desta mudança, basta fazer a comparação entre o último exercício da marca sob a égide da GM, marcado pelos prejuízos, e agora o primeiro semestre desde a integração na PSA, em que a Opel volta aos lucros. No final de 2016 as contas do fabricante de Russelsheim deram um prejuízo de 257 milhões de dólares, algo muito diferente dos 502 milhões de euros que agora são apresentados como lucros operacionais. Espera-se agora que a Opel continua a acelerar para bons resultados, contando para isso com a gama de SUV X (que liderou as vendas nestes segmentos na Europa durante o início de 2018) e com uma forte aposta na eletrificação, estando previstos para breve um Grandland X PHEV e também uma versão elétrica do Corsa. As contas totais do Grupo PSA também mostram a vitalidade dos outros emblemas do consórcio, a Peugeot, a Citroën e a DS. Porque o conjunto de marcas francesas conseguiu já uma margem operacional de 8,5% (superando a meta de 6% por cada carro vendido, que estava estabelecida para 2021), enquanto a Opel apresenta um registo de 5% nesta área (enquanto o objetivo estava nos 2% para 2020). A isto junta-se a força que o consórcio apresenta de momento, sendo o segundo maior fabricante a nível europeu, com uma quota de mercado colocada nos 16,3%. Até ao dia 30 de junho de 2018 o resultado líquido subiu 18% para 1481 milhões de euros, enquanto as receitas cresceram 40% para 38,6 mil milhões de euros. Estes resultados ajudaram ontem numa subida das ações do Grupo PSA em 12,8%, para os valores mais altos desde 2008, e elas estavam hoje de manhã a ser negociadas por valores de 22.48€ após um novo salto de 10%. Fonte: Grupo PSA; Turbo; Automotive News Europe; Autocar