Numa altura em que o mercado parece de acelerador a fundo rumo à mobilidade 100% elétrica, o português Carlos Tavares, CEO do quarto maior grupo automóvel mundial, a Stellantis, lança um alerta à navegação: são os políticos, e não os fabricantes, que mais pressa têm na implementação do Veículo Elétrico. Com todos os riscos daí inerentes, avisa.
As declarações do CEO do Stellantis Group foram proferidas durante um encontro com representantes de vários orgãos de informação europeus, no qual Carlos Tavares alertou para "a brutalidade" que é a proibição imposta pela União Europeia, quanto à comercialização de motores de combustão interna, já a partir de 2035. A qual, garante o gestor, poderá levar a um "risco social".
A justificar esta ideia, o facto do curto prazo estar a obrigar os fabricantes a transformar rapidamente as suas fábricas e cadeias de fornecimento, na Europa, como forma de atenderem às novas regulamentações. Sendo que, embora tendo afirmado inicialmente que a Stellantis não iria fechar qualquer fábrica na União Europa, Tavares salienta, agora, que, tal só será possível, caso o grupo "continue competitivo".
De resto, o português também defendeu que existem formas, não apenas melhores, como também mais rápidas e baratas, de reduzir as emissões de carbono, do que avançar a fundo com uma transição para os elétricos. Considerando que, por exemplo, os veículos Mild Hybrid, já contribuem para uma redução significativa da peugada de carbono, além de serem não só mais baratos para os clientes, como mais fácil de projectar e fabricar, para os construtores automóveis.
Recordar que a Stellantis anunciou, ainda em 2021, a intenção de investir mais de 30 mil milhões de dólares em veículos elétricos, até 2025, de forma a que todas as 14 marcas automóveis do grupo possam oferecer propostas 100% elétricas.
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Aliás, a estratégia de electrificação do grupo prevê, inclusivamente, o lançamento de 20 novos modelos elétricos até ao final de 2023, com marcas como a Alfa Romeo ou a Lancia, hoje em dia sem qualquer produto do género, a tornarem-se fortemente electrificadas até 2027.
Entretanto e já para o próximo dia 1 de março, a Stellantis tem previsto divulgar, de forma mais detalhada, aquela que é a sua estratégia elétrica a longo prazo.