Carlos Tavares alerta para os problemas dos elétricos

O português líder do Grupo PSA, Carlos Tavares, aponta para o risco de insustentabilidade da transição de motores de combustão interna para as soluções elétricas. As preocupações de Carlos Tavares, depois de mostrar apreensão perante o Cavalo de Tróia chinês, assentam desta vez nos elétricos. O português, CEO do Grupo PSA, acredita que a transição para a eletrificação não está a ser totalmente considerada no que respeita a consequências. "O que eu questiono é quem está a tomar uma visão de 360 graus", disse Carlos Tavares. "Há muito mais a considerar do que vender carros eletrificados, desde a produção de baterias até sua reciclagem, dos metais raros utilizados às técnicas de extração para obtê-los, o que significa para a tributação, o custo total de propriedade, as infraestruturas de pontos de carregamentos, entre outros. Se queremos energia limpa, precisamos de perguntar como produzir essa energia", diz o responsável, citado pelo Autocar. Carlos Tavares revela ainda que, na sua perspetiva, "falta clarividência a estratégia atual nesta visão de 360 graus". "A indústria automóvel está a mover-se rápida e fortemente, mas das cidades aos governos, estou um pouco preocupado que a resposta seja que ninguém tem uma abordagem coesa. Se erram em alguma coisa, então toda a estratégia pode sair pela culatra, não apenas como uma indústria mas para os cidadãos como um todo", alerta Tavares. Recorde-se que o Grupo PSA anunciou a eletrificação de toda a gama até 2025. O consórcio planeia inclusivamente fazer baterias e motores para os seus veículos elétricos.