O Event Data Recorder (EDR), vulgarmente conhecido como "caixa negra", vai passar a ser obrigatório em todos os veículos novos matriculados na União Europeia, a partir de julho deste ano. O dispositivo tem o objetivo de recolher informação para auxiliar asa autoridades na investigação de acidentes rodoviários.
A partir de julho deste ano, todos os carros novos matriculados na União Europeia terão de vir equipados obrigatoriamente com um "Event Data Recorder" (gravador de dados de incidentes), dispositivo esse conhecido na aviação desde a década de '60 como "caixa negra", embora a sua cor real seja laranja para uma deteção mais rápida.
A nova medida aplica-se aos automóveis de passageiros de categoria M1, que podem transportar a bordo até oito passageiros mais condutor. Além disso, os comerciais ligeiros de categoria N1, incluindo as pick-up e os furgões que não ultrapassem o peso bruto de 3500 quilos também terão de vir equipados, de série, com a "caixa negra" equivalente da indústria automóvel.
Será de referir que nenhum modelo novo foi homologado nos 27 países da União Europeia desde 2022 sem ter teste dispositivo.
O "Event Data Recorder" (EDR) tem o objetivo principal de ajudar as autoridades a determinar as causas de um acidente rodoviário e os responsáveis pelo mesmo. A análise dos dados do dispositivo permite determinar exatamente o que sucedeu. O equipamento grava certos parâmetros durante um curto período de tempo - cinco segundos antes do acidente e 0,3 segundos após o impacto.
Incorporado no airbag
De acordo com o regulamento comunitário, o EDR regista os seguintes dados: velocidade, travagem, posição do carro na estrada e como reagem os sistemas de segurança.
Além disso, o EDR analisa se o sistema de chamada de emergência foi acionado - obrigatório na União Europeia desde abril de 2018. A "caixa negra" tem de guardar a informação "com um elevado nível de precisão do dados e tem de garantir a sobrevivência da informação". O sistema também tem de guardar a informação relativa à marca e modelo do veículo, bem como o equipamento instalado.
Normalmente incorporado na unidade de controlo do airbag, o EDR não pode ser desligado, sendo ativado automaticamente quando os airbags e os tensores do cinto de segurança são ativados.
Por outro lado começa a gravar quando abre o capot activo do veículo ou quando existe um alteração na direção lateral ou longitudinal superior a 8 km/m no espaço de 0,15 segundos.
Dados anónimos
A informação armazenada (gravada) pelo EDR pertence ao condutor ou ao proprietário da viatura. O dispositivo funciona em ambiente fechado e os dados são recolhidos anonimamente para garantir que não são objeto de manipulação caso caiam nas mão erradas.
Pelo mesmo motivo, os últimos quatro dígitos do número de identificação do veículo (VIN) não são guardados. Qualquer outro tipo de informação que possa revelar a identidade do proprietário também não é gravado.
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De acordo com a legislação comunitária, a informação só ser acedida pelas autoridades competentes para ajudar na investigação de um acidente. A recolha dos dados pode ser efetuada através do interface OBD, mas se a entrada for destruída no acidente, a informação pode ser acedida diretamente a partir da caixa negra.