BYD Atto 2: Aposta certeira

O mais pequeno e acessível SUV da BYD aposta no equipamento e nas dimensões contidas para triunfar num dos segmentos mais populares. A concorrência é feroz, mas o Atto 2 tem argumentos de peso.

Já muito se disse sobre o SUV elétrico mais pequeno e barato da BYD. Faltava conhecer dois aspetos muito importantes: o preço e a condução. Começamos pelo fator decisivo. A comercialização do BYD Atto 2 já arrancou, mas ainda só se conhece o preço da versão base Active: 31 490 €. Este valor pode baixar para os 29 990 € com uma campanha de financiamento.

Fazendo do equipamento um dos pontos fortes, o BYD Atto 2 Active conta com jantes de 17 polegadas, óticas LED, teto panorâmico com cortina, assistente de máximos, acesso NFC através de chave, cartão chave, smartphone ou dispositivo portátil. No interior, o ecrã rotativo de 10,1 polegadas pode mostrar as imagens das câmaras ou conteúdo de aplicações como Youtube ou Spotify. Os estofos em pele vegan, o carregador de telemóvel com cabo e a funcionalidade V2L para alimentar dispositivos externos, como uma máquina de café, também fazem parte da extensa lista de equipamentos de série.

A versão Boost eleva a parada com câmaras 360 graus, ecrã de infoentretenimento com 12,8 polegadas, carregador de smartphone sem fios de 15 W ou sistema de áudio melhorado, com oito altifalantes. Naturalmente, o sistema operativo permite receber atualizações remotas de software e dispensa fios para a conectividade com Apple CarPlay e Android Auto. Entre as opções destaca-se a função de karaoke. O sistema operado através de um acessório de microfone opcional, tem uma vasta opção de músicas, suporta vários idiomas e funciona através dos próprios altifalantes do automóvel, enquanto mostra as respetivas letras no ecrã central.

Antes de avançar para o lugar do condutor demos uma volta ao Atto 2 e batemos com a cabeça no portão traseiro. É amplo, mas limitado na altura até onde abre. A mala está dentro da média do segmento, tal como o espaço generoso nos lugares traseiros. À frente também há espaço e uma apresentação em linha com a tradição da BYD, com o ecrã central móvel. Os bancos são confortáveis, ainda que a visibilidade traseira agradeça a presença de câmaras e o volante se encontre mais deitado do que seria desejável.

O desenho e os materiais do interior estão perfeitamente ao gosto do consumidor europeu. Pisa com solidez, com um peso agradável na direção, convidando a sair dos limites da cidade e a explorar estradas secundárias. Foi o que fizemos nos arredores de Madrid e ficámos em impressionados com a disponibilidade do motor dianteiro de 174 cv. Está longe de poder ser considerado um desportivo, mas consegue manter ritmos vivos sem demasiado esforço e ultrapassa com facilidade. Neste cenário, o apoio de braço, tão confortável em cidade e autoestrada, atrapalha o movimento do cotovelo.

Como é hábito do construtor, o Atto 2 só apresenta a média dos últimos 50 km, que no nosso contacto não excederam os 15 kWh/100 km. O valor acumulado, não especifica desde quando, sobe para os 19,3 kWh/100, não abonando a favor da autonomia, que desce para 234 km. Em condições de homologação, os 45,12 kWh da bateria prometem 312 km de autonomia WLTP, que podem chegar aos 463 em circuito urbano. Capaz de receber até 65 kW de corrente contínua, o pequeno BYD repõe a carga dos dez aos 80% em 37 minutos. Um carregamento completo em AC demora 5,5 horas.