Foram apenas três! Um dos poucos Bugatti EB112 produzidos está à venda

Produzida na segunda vida da Bugatti, a EB112 é uma berlina desportiva, da qual foram feitas "quase" três unidades. Uma delas, agora à venda.

Criação de Romano Artioli, durante aquela que foi a sua segunda vida da Bugatti, da invulgar berlina EB112 foram produzidas apenas "quase" três unidades. Mas, e se lhe disséssemos que, precisamente aquela que é a mais Bugatti, está agora à venda?...

Tudo aconteceu nos primeiros anos da década de 90, numa altura em que a marca automóvel nascida na cidade alsaciana de Molsheim, nos princípios do século passado (1909), por Ettore Bugatti, já havia fechado há muito as portas.

No entanto, um empresário italiano de nome Romano Artioli, conhecedor dos pergaminhos do emblema, decidiu, então, comprar a Bugatti, com o propósito de conceber um novo e promissor superdesportivo, de nome EB110.

A berlina EB112 ostenta uma traseira inspirada no histórico Bugatti Atlantic
A berlina EB112 ostenta uma traseira inspirada no histórico Bugatti Atlantic

Infelizmente, o "reinado" de Artioli à frente da Bugatti acabaria por não durar muito e as portas voltariam a fechar em 1995. Mas não sem antes de, em 1993, em pleno Salão de Genebra, a marca francesa apresentar um segundo modelo, uma berlina desportiva batizada de EB112.

Uma berlina desportiva... e revolucionária

Apresentada como uma proposta revolucionária, desde logo, porque apresentava uma versão modificada do chassis monobloco em fibra de carbono utilizado pelo EB110, o EB112 recorria, ainda, a uma carroçaria totalmente fabricada em alumínio, desenhada por Giorgetto Giugiaro, e que integrava em si muitos dos aspectos mais emblemáticos de alguns principais Bugatti do passado. Como era o caso da traseira e perfil lateral, inspirados no Bugatti Atlantic, ou até mesmo das jantes cujo design remetiam claramente para o Bugatti Royale.

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Já no aspecto mecânico, nota para o facto dos então responsáveis da Bugatti se terem recusado utilizar, nesta berlina desportiva, a mesma mecânica do EB110, preferindo, antes, utilizar um novo V12 6.0 litros atmosférico construído de raiz!

Encomendado à Volkswagen, este bloco anunciava uma potência máxima de 461 cv e era montado em posição central dianteira, no chassis do EB112, fazendo a ligação às quatro rodas através de uma caixa manual de seis velocidades. Argumentos que, apesar dos mais de cinco metros de comprimento, mas também graças a um peso total que não ultrapassava os 1.800 kg, permitiam uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em tão-só 4,4 segundos, além de uma velocidade máxima anunciada de 300 km/h.

Graças a um V12 fornecido pela Volkswagen, o EB112 consegue acelerar dos 0 aos 100 km/h em apenas 4,4s
Graças a um V12 fornecido pela Volkswagen, o EB112 consegue acelerar dos 0 aos 100 km/h em apenas 4,4s

O fim do sonho

Infelizmente - voltamos a dizê-lo... -, as portas de Molsheim haveriam de voltar a fechar-se numa altura em que a Bugatti apenas havia finalizado uma unidade: a mesma que se apresentou, pelos seus próprios meios, no Salão de Genebra de 1993, e que ostentava o chassis #39001. Veículo que, diga-se, ainda hoje pertence ao espólio da Italdesign.

A par desta unidade, a Bugatti tinha apenas iniciado a construção de outras duas, uma das quais, com o número de chassis 39002, já se encontrava em Campogaliano, na fase de montagem. Enquanto a terceira, ainda nem tinha entrado nessa fase.

O habitáculo do Bugatti EB112
O habitáculo do Bugatti EB112

Foram, precisamente, estas unidades inacabadas que o empresário monegasco Gildo Pallanca Pastor acabou por adquirir, para, em seguida, encarregar um preparador externo, a Monaco racing Team, para que finalizasse os automóveis. Sendo que, neste momento e segundo avançou o site autoforum.cz, é precisamente a unidade com o número de chassis #93002 que decidiu colocar à venda, mantendo, para si, o EB112 com o número de chassis #93003.

O único montado pela Bugatti

Sobre o EB112 #93002, vale a acrescentar que foi o único, dos três, que acabou sendo verdadeiramente montado, ainda que apenas parcialmente, pela Bugatti "de" Artioli, já que a construção do #93001 foi entregue à Italdesign. Algo que acabou tendo reflexo em aspectos como a escolha da cor exterior, um Preto profundo.

O EB112 agora à venda exibe bancos em couro com a emblema da Bugatti gravado nas costas
O EB112 agora à venda exibe bancos em couro com a emblema da Bugatti gravado nas costas

Com matrícula do 2003 e registo no cantão suíço de Genebra, o Bugatti EB112 apresenta-se em óptimo estado de conservação e com pouco mais de 3.900 quilómetros no odómetro. Facto que, a somar à decisão do seu atual dono de não divulgar qualquer preço, faz acreditar que possa chegar a cifras na ordem dos sete dígitos.

No entanto e caso tenha disponível valores nessa ordem de grandeza, não temos dúvidas de que este é um investimento que vale mesmo a pena fazer!..