Nem precisa de carroçaria! Bugatti mostra de que é feito o Bolide

Depois do concept, a Bugatti desvendou mais do Bolide de produção, um hiperdesportivo para pista que, mesmo a nú, já impressiona!

Embora sem enveredar por uma envolvência directa no mundo do desporto automóvel, a Bugatti acaba de desvendar mais um pouco sobre o radical Bolide - um hipercarro para utilização exclusiva em pista, concebido segundo as especificações da FIA, e que a marca mostra agora "a nú", também como forma de exaltar as soluções de segurança. Até para descanso dos não mais que 40 clientes que já o esgotaram.

Pensado com o propósito de poder participar nas provas do Campeonato do Mundo de Resistência, tanto na classe LMH (Le Mans Hypercar) como LMDh (Le Mans Daytona h), caso seja essa a vontade do proprietário, o Bugatti Bolide surge, assim, como uma incursão pouco habitual, da marca de Molsheim, num território em que, diga-se a verdade, o construtor tem sentido muito pouca, ou mesmo nenhuma, necessidade de marcar presença, como forma de promover e vender os seus modelos.

Ainda assim e apesar desta realidade indesmentível, não é menos verdade que a Bugatti não olhou a gastos, ou a meios, para produzir um hiperdesportivo que prometer colocar muitas cabeças à roda, ainda mesmo antes de dar a conhecer aquela que será a sua roupagem exterior. Já que, basta olhar para os orgãos que o compõem, para ficarmos, desde já, impressionados, com o produto final!

Assim e para começar, o Bolide estreia uma nova monocoque que, habitualmente, só é vista nos monolugares de Le Mans e da Fórmula 1, cuja eficácia e capacidades de protecção já ficou, de resto, comprovada, através dos exigentes testes de segurança impostos pela FIA, para os carros de corrida. E em que o Bugatti conseguiu, logo no primeiro teste centrado no pilar A, suportar uma carga de 7,5 toneladas.

Já no segundo teste, o pilar B revelou uma resistência de até 12 toneladas, enquanto, no terceiro e último teste, que visou a aplicação de uma carga longitudinal na monocoque, esta conseguiu suportar até 6 toneladas de peso.

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Conforme recorda o engenheiro-chefe da Bugatti para este novo modelo, Christian Willmann, "para conseguirmos que o Bolide passasse nestes testes de segurança particularmente rigorosos, mas também críticos, tínhamos de garantir que tudo na monocoque fosse tecnicamente perfeito, para que, em pista, o Bolide se tornasse um carro de corrida seguro e protector, fosse qual fosse o ambiente de condução e situações".

Assim e ainda segundo o mesmo responsável, a exigência passou por uma "optimização de todas as facetas, desde a arquitectura até à espessura das paredes, e até mesmo ao novo composto de carbono de super-alta resistência, o qual consegue os níveis mais altos de desempenho, no mundo".

Depois e além da "excelente estrutura de segurança" que a monocoque representa, o Bolide apresenta ainda uma série de medidas de protecção adicionais, inclusive, um extintor de incêndio com uma exigência de nível militar. Ao qual se juntam cintos de segurança de seis pontos também aprovados pela FIA e instalados em bancos homologados para a classe LMH, encostos de cabeça de várias peças segundo as normas de segurança dos GT3, e até um sistema HANS, para maior segurança.

Equipado com o potente W16 8.0 quadriturbo

Quanto ao propulsor que impulsiona este Bolide, a Bugatti revela que se trata do já conhecido e poderoso W16 8,0 litros quadriturbo, mas que, neste modelo, apresenta a novidade de ficar posicionado cerca de 60 mm mais à frente no chassis. O que, graças também aos 1.850 cv potência e 1.850 Nm de binário, e principalmente a um peso total de não mais que 1.450 kg, certamente garantirá um desempenho incrível!

Aliás, a ajudar à eficácia, surge não somente um simples sistema de quatro rodas motrizes, mas uma solução específica, equipada com diferenciais controlados eletronicamente. Isto, de forma a que potência e binário sejam distribuídos de forma o mais optimizada possível.

Infelizmente, já não há...

No entanto e caso esteja a pensar que este é mesmo o hiperdesportivo pelo qual há muito espera, lamentamos desiludi-lo, mas já não vai a tempo - apesar de com entregas previstas apenas para 2024, as 40 unidades do Bugatti Bolide há muito que têm dono assegurado.

De resto e a justificar a enorme procura, não só a exclusividade do modelo em si, mas também o facto de, em conjunto com o roadster Mistral, também ele de produção limitada, mas a 99 unidades, estes serem os dois últimos Bugatti a ostentarem o não menos indiscritível bloco W16.

Depois destes, segue-se o sucessor do Chiron, cuja motorização não só será mais pequena, como recorrerá à tecnologia híbrida...