Anunciado aquando das comemorações dos 70 anos da companhia, a British Racing Motors (BRM) acaba de dar a conhecer o primeiro de apenas três P15, que o pequeno fabricante automóvel britânico decidiu ir buscar aos anos 50 do século passado. Monolugar de F1 ressuscitado com o famoso bloco V16, mas também com chassis originais e que não foram usados.
Fundada em 1945, a British Racing Motors (BRM) é um pequeno fabricante automóvel, criado com o propósito de correr na Fórmula 1. Competição em que acabou disputando um total de 197 grandes prémios, entre 1951 e 1977, tendo terminado com um total de 17 vitórias, mas também com um Campeonato do Mundo de Construtores, alcançado em 1962. Ano em que, também Graham Hill, ao volante de um carro da marca, se sagrou Campeão Mundial de Pilotos.
Procurando recordar estes tempos de glória, a atual liderança da BRM, hoje em dia nas mãos de John Owen, filho do então principal responsável pela equipa de F1 do construtor, Sir Alfred Owen, decidiu fazer ressuscitar um dos monolugares que marcou a história da marca, o P15, assim como o seu famoso motor, V16. Produzindo, no entanto, apenas três unidades, com recurso a chassis originais, fabricados na década de 50, mas que não foram utilizados.
Aliás e para que se perceba a importância do momento, importa referir que este é o primeiro carro fabricado pela BRM, desde 1953. Tendo, inclusivamente, sido criado com base em projectos originais desenhados no período do Pós-Guerra, além de composto por mais de 36.000 peças, todas elas projectadas individualmente.
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De resto, só o famoso V16, com 1,5 litros de cilindrada e a debitar a impressionante potência de 599 cv - em termos de rotações por minuto, o bloco consegue atingir as 12.000 rpm... -, apresenta mais de 4.000 componentes, muitos dos quais, tiveram de ser fabricados manualmente. Tendo sido construído pela equipa da empresa britânica especializada na preparação e recuperação de monolugares clássicos de competição 'Hall & Hall' e, já mais recentemente, testado, pela primeira vez, na pista de Blyton Park, em Lincolnshire, perto da localidade de Bourne, onde a BRM foi fundada.
"Ouvir aquele motor V16 novamente, depois de tantos anos, foi um momento incrível e um sonho que se tornou realidade", comentou John Owen, considerando ser, esta, "uma homenagem à tremenda habilidade, persistência e atenção aos detalhes, da equipa de engenharia da 'Hall & Hall'". Pelo que, "eu, realmente, mal posso esperar para revelar o carro no próximo Goodwood Revival", que terá lugar entre este fim-de-semana, entre 17 e 19 de setembro.
Já da parte da 'Hall & Hall', Rick Hall, que foi, também, em tempos, um dos engenheiros da equipa de F1 da BRM, assumiu que, "esta tem sido uma jornada incrível para todos nós na Hall & Hall". Acrescentando que, "temos trabalhado em estreita colaboração com a BRM, desde que entrei para a equipa, no final de 72, sendo que, precisávamos de cada pedacinho dessa experiência, para dar vida a este carro de corrida realmente incrível. Demorou dois anos, desde o projeto original até ao shakedown, mas é impossível fazer atalhos quando estamos a trabalhar com o nível de qualidade, detalhe e autenticidade, que precisávamos."
"Com o primeiro dos três novos Mk1 V16 agora terminado, vamos voltar a nossa atenção para os restantes dois números de chassis", continuou, garantindo, no entanto, que, "com todos os obstáculos técnicos já superados e com segurança, estamos totalmente confiantes de que podemos criar um carro de Fórmula 1 dos anos 50 verdadeiramente magnífico, novo, historicamente autêntico, mas também totalmente pilotável."