Depois da aceleração em estado puro do X5 M e X6 M, a BMW entra numa dimensão de eficácia com o X3 M Competition. A agilidade acima da média é coroada com os 510 cv do motor de seis cilindros mais potente da BMW.
O primeiro contacto com o novo BMW X3 M Competition (121 200 €) não podia ter sido mais satisfatório. Acelerando por uma estrada com perfil de IC, a suspensão com molas de aço e amortecedores adaptativos não precisa dos modos desportivos para segurar os movimentos da carroçaria.
Pack M Competition
As jantes de 21'', tal como o escape desportivo M ou os bancos desportivos BMW M, que nos ajudam a resistir às fortes acelerações laterais, fazem parte do Pack M Competition. Mas não é tudo. O melhor deste opcional de 8700 € é o aumento da potência dos 480 cv para os 510 cv.
Progressivo como um motor atmosférico, o bloco de seis cilindros em linha, com três litros, dois turbos e 600 Nm entre as 2600 e as 5950 rpm, pede para ser "espremido" até perto das 7000 rpm. Neste cenário, a suavidade da caixa automática M Steptronic de oito velocidades parece excessiva.
Reforços estruturais
Avançando para um ambiente de serra, percebemos o que leva a BMW a promover o X3 M como uma alternativa funcional ao M3/M4. Este é o primeiro SUV com a marca M a ser verdadeiramente desportivo. Não se limitando a acelerar até aos 100 km/h em 4,1 segundos, o BMW X3 M curva com uma agilidade acima da média.
Reforços estruturais, visíveis sob o capot e escondidos um pouco por toda a carroçaria, barras estabilizadoras M e desenho específico de diversos componentes da suspensão dianteira, estreitam a ligação entre o volante e as rodas dianteiras. Informados sobre o nível de aderência dos pneus, basta decidir se a curva se desenha de acelerador ou se, por via do excesso de entusiasmo, é preciso recorrer ao pedal da esquerda para manter o X3 M na linha.
Diferencial ativo M
Em qualquer dos cenários sente-se a omnipresença da eletrónica, mesmo no modo M Dynamic, onde o sistema de tração integral xDrive favorece o eixo traseiro e o diferencial ativo M serve de autoblocante, sempre pronta a redistribuir o binário em função das necessidades.
Como é hábito, a resposta do motor e da transmissão pode ser agilizada em três níveis. A firmeza do amortecimento oferece os mesmos três patamares, com o nível mais radical a só compensar em circuito. Em estrada o Sport+ torna-se demasiado seco, levando o X3 M a saltitar sobre as imperfeições do asfalto. Temperamento nervoso, que faz do Comfort o modo indicado para todas as situações.
O melhor
No interior ainda não encontramos o sistema de infoentretenimento 7.0 dos modelos mais recentes, mas não ficamos nada mal servidos com o painel de instrumentos específico M. O ecrã do tablier tem boa leitura, mas passa despercebido quando se opta pelo head-up display (1150 €). Este projeta em frente do condutor a informação que realmente interessa: regime do motor e relação de caixa. Os gráficos podem ser personalizados, tal como os botões de atalho M1 e M2.
Não deixa de ser uma opção estranha. Escolher o X3 M pela funcionalidade e espaço da carroçaria elevada e acabar com um SUV tão ou mais desconfortável que um M3/M4. É mesmo o maior defeito deste X3 M Competition, um SUV desportivo tão focado nas pistas que se esqueceu da suspensão pneumática para as 99% de ocasiões em que não acelera num autódromo. Fora isso, este X3 M Competition em estado puro, é o melhor BMW X com assinatura M de sempre.
Ensaio publicado na íntegra na Turbo 459