O administrador financeiro da BMW considera que a retaliação chinesa sobre as tarifas da União Europeia para veículos elétricos poderá ter consequências maiores do que se imagina e ter efeitos colaterais.
A BMW alertou que as marcas ocidentais poderão vir a ser alvo de represálias do Governo de Pequim como consequência da investigação da União Europeia relativamente aos subsídios concedidos aos veículos elétricos chineses exportados para a Europa.
A investigação, que pode levar a União Europeia a impor elevadas taxas aduaneiras à importação de veículos chineses, poderá fazer mais mal do que bem, segundo afirma o administrador financeiro da BMW, Walter Mertl.
O responsável acredita que a investigação da União Europeia terá impacto nos negócios de todos os construtores com a China, enquanto protege fabricantes que não têm vendas significativas na China.
"A retaliação, como um boomerangue, pode ser maior do que possa imaginar", afirmou, referindo-se a potenciais respostas da China aos fabricantes europeus.
Pedido de informação de Bruxelas
A BMW recebeu um pedido de informação da União Europeia relativamente ao seu SUV elétrico iX3, que é exportado da China para a Europa. A marca alemã está a preencher os questionários, avança Walter Mertl. Bruxelas quer saber detalhes acerca dos investimentos e das capacidades de produção dos elétricos exportados a partir da China.
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A BMW produz o iX3 para todo o mundo na fábrica de Shenyang, na China, e irá exportar os Mini construídos pela sua joint-venture com a Great Wall Motor a partir do próximo ano, deixando-a vulnerável a possíveis taxas impostas as produtos oriundos da China, assim como a qualquer retaliação chinesa às suas vendas no país.
A BMW exportou entre 15.000 e 25.000 SUV iX3 da China no ano passado. Apesar de 90% dos automóveis BMW vendidos na China serem produzidos localmente, alguns materiais são enviados da Europa para a China, sublinhou Walter Mertl.