Depois de vários outros fabricantes automóveis terem sido obrigados a repensar as suas estratégias de produção, devido à guerra na Ucrânia, eis que também a BMW acaba de anunciar a interrupção da produção de carros na Rússia, "devido à atual situação geopolítica". Mas não só: a marca de Munique decidiu interromper, igualmente, a exportação de veículos para o país liderado por Valdimir Putin.
Com um acordo de produção com a russa Avtotor, a qual estava responsável pela montagem de modelos da marca alemã, despachados de Munique na forma de uma espécie de kits (SKD), e que a empresa russa depois comercializava no mercado local, a BMW acaba de interromper essa mesma ligação.
A decisão foi comunicada por um representante da BMW, em declarações à Reuters, sendo que, numa outra comunicação, mas ao The Wall Street Journal, o fabricante alemão anunciou, ainda, a interrupção da exportação de carros para a Rússia, afirmando que "condenamos a agressão contra a Ucrânia, sendo que, acompanhamos os acontecimentos com grande preocupação e preocupação".
Ao mesmo tempo, a BMW está já à procura de possibilidades de produção noutras fábricas fora da Rússia, uma vez que alguns dos atuais fornecedores estão localizados em solo ucraniano hoje em dia devastado pela guerra.
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No entanto, importa também recordar que a decisão agora conhecida da BMW surge apenas algumas semanas depois do fabricante automóvel alemão ter renovado a parceria com a Avtotor, até 2028. Ao abrigo da qual a fábrica localizada em Kaliningrado deverá receber uma atualização, de forma a conseguir acomodar um ciclo de produção completo, ao invés de kits SKD daqueles que são alguns dos modelos da marca mais vendidos da Rússia: Série 5, X5, X6 e X7.
Quando o anúncio da renovação da parceria foi feito, o investimento previsto representava, pelo menos 32 mil milhões de rublos, ou seja, qualquer coisa como 414 milhões de dólares (perto de 371 milhões de euros), segundo a cotação de então. No entanto, com o despencar recente do rublo, o investimento, hoje em dia, não representa mais do que 300 milhões de dólares, ou seja, pouco mais de 268 milhões de euros.
Por outro lado, a Avtotor tem vindo a realizar negócios, não apenas com a BMW, mas também com o grupo Hyundai-Kia. Isto, já depois de ter terminado acordos idênticos com a Chery Automobile e a General Motors. E que, no caso da GM, lhe permitiram fabricar, até 2015, em Kaliningrado, modelos como o Cadillac Escalade ou o Hummer H2.
Ford não fica atrás
Entretanto, também a norte-americana Ford anunciou a suspensão das operações na Rússia, seguindo, dessa forma, aquilo que já foi decretado por fabricantes como a Volkswagen, Mercedes-Benz, Jaguar Land Rover, Volvo e outras.
O anúncio da decisão da marca da oval norte-americana foi feito, através de um tweet, publicado na rede social Twitter, pelo CEO da Ford Motor Company, Jim Farley, em que este responsável manifesta as suas "profundas preocupações com a invasão da Ucrânia pela Rússia, assim como pela segurança do povo ucraniano".
Ao mesmo tempo, Farley anunciou ainda que o 'Ford Fund' vai entregar 100 mil dólares (pouco mais de 89,5 mil euros) ao fundo de apoio à Ucrânia 'Global Giving Ukraine Relief Fund', como forma de garantir ajuda e assistência humanitária a todos os ucranianos deslocados e respectivas famílias.