BMW i5 eDrive 40 vs BMW 520d. Diferenças acentuadas

O BMW i5 eDrive 40 desafia o seu congénere diesel com a mesma carroçaria, o 520d, as diferenças são acentuadas...

O BMW i5 eDrive 40 desafia neste comparativo o seu congénere diesel com a mesma carroçaria, o 520d, e pode-se comprovar que as diferenças são acentuadas entre a versão do Série 5 equipada com motorização elétrica e aquela com propulsor a gasóleo.

Muito se tem escrito e dito sobre o futuro da mobilidade e as opções certas para garantir a máxima sustentabilidade ambiental sem que essas mesmas opções ponham em causa a sustentabilidade da industria automóvel europeia.

Ao longo destes últimos anos muito se tem diabolizado as soluções convencionais, nomeadamente os motores de combustão como o Diesel que muitas marcas teimam em manter no seu portfólio.

Em toda esta transformação a BMW acredita que, a par do desenvolvimento da mobilidade elétrica, os motores convencionais ainda podem dar um contributo importante, não só para o equilíbrio das suas contas como para as questões mais ambientais. Assim e para além das versões elétricas, o novo Série 5 conta com a versão 520d que aqui comparamos com o i5 eDrive 40.

Aposta na diversificação

A versão Diesel tem 197 cv e dispõe de um sistema de hibridização ligeira sustentada por uma rede de 48 Volts, estando prevista para mais tarde uma versão Diesel mais potente e duas versões híbridas plug in de 299 cv e 489 cv respetivamente. 

A solução mais conservadora de usar a mesma plataforma em ambas as soluções energéticas ao contrário da Mercedes que optou por desenvolver uma base dedicada, tem desafios técnicos que se refletem no comportamento individual de cada uma das opções, porém permite à marca de Munique gerir melhor as oscilações da procura pelos diferentes tipos de propulsão. 

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Claro que esta opção trouxe desafios importantes de desenvolvimento para uma marca em que a dinâmica de condução é um ponto fulcral de satisfação dos seus clientes. Gerir dinamicamente mais 355 quilos que o i5 eDrive 40 tem a mais que o 520d não é uma tarefa fácil!

Para nós que testamos carros todos os meses e cada vez mais carros elétricos nunca foi tão evidente as diferenças, uma vez que se trata da mesma plataforma aplicada a soluções energéticas diferentes. Diferenças que vão desde o comportamento em curva até ao rendimento energético, passando pelas autonomias ou até a forma como trava!

O dobro da autonomia

O nosso foco aqui vai para a análise comparativa de duas soluções energéticas distintas nas múltiplas vertentes, incluindo o preço onde o Diesel é 11 250 euros mais barato que a versão elétrica. Uma diferença que, no caso dos clientes empresariais, se dilui, devido à isenção de impostos de que a solução elétrica ainda usufrui, mas que distorce a comparação e escamoteia o facto desta tecnologia ser ainda cara. 

Entre os particulares, esta é uma opção que não faz sentido, tanto mais que existem outras variáveis a ter em conta como os consumos, as autonomias e os custos de utilização para quem percorre grandes distâncias com frequência, isto sem contar com a diferença de comportamento que é gritante. 

Com uma bateria capaz de armazenar 81,2 kWh e que pode carregar 80 por cento em 30 minutos se encontrarmos um posto de 205 kW de potência, a autonomia real está longe de alcançar os 579 quilómetros prometidos.

Custos de utilização

Durante todo o nosso ensaio e usando todas as vantagens de uma gestão mais eficiente, escolhendo os modos de condução e regeneração mais adequados, a autonomia não foi além dos 430 quilómetros, um valor que contrasta com os 1176 quilómetros que aparece no painel de instrumentos do 520d quando atestado e que desce para uns confortáveis 983 quilómetros perante uma condução que aproveita melhor os 197 cv que os 340 cv do seu irmão a pilhas.

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Também aqui os consumos se refletem nos custos de utilização. Considerando o preço médio do KWh na rede pública de 0,85 cêntimos e as perdas entre a tomada e as rodas, o custo de energia aos 100 km é o dobro do Diesel, considerando o preço médio do gasóleo de 1,54 euros/litro.

Uma relação que nos remete para a necessidade de fazer o carregamento doméstico do BMW i5, cuja potência máxima em corrente alterna se situa nos 11 kW fazendo com que uma carga completa demore mais de 8 horas.

As contradições do peso

Outra diferença significativa é o comportamento, com o BMW i5 a revelar uma grande inércia em curva como resultado do peso superior a 2,2 toneladas! Uma reação que, juntamente com uma capacidade de aceleração impressionante, torna a condução desta versão elétrica mais estonteante, sendo preciso aprender a dosear tanta força assim que pisamos o acelerador (mesmo seu recorrer ao boost que durante 10 segundos garante recuperações mais rápidas).

Com um único motor elétrico e tração traseira, o i5 não tem a mesma distribuição de peso entre os dois eixos do 520d e isso nota-se na maneira como ele se agarra à estrada, especialmente nas curvas, onde sentimos a falta da ajuda da tração total. 

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Digamos que o i5, apesar de ter 340 cv e uma relação peso potência de 6,4 kg/cv contra os 9,3 kg/cv, é um carro para se conduzir com mais calma e menos impetuosidade (apesar das melhores prestações, exceto a velocidade máxima) que o 520d, onde tudo se equilibra melhor por ser mais leve e por demonstrar menos inércia em curva. 

A ajuda do pequeno motor elétrico de 11 cv permite a esta versão Diesel menos potente um ritmo de andamento agradável, sem que isso penalize os consumos, antes pelo contrário, a existência desta ajuda permite, juntamente com uma gestão inteligente da conhecida caixa automática de velocidades de 8 velocidades, consumos muito reduzidos.

No habitáculo, as diferenças são mínimas, com o i5 a sobrepor-se no conforto, graças ao maior silêncio. O facto da plataforma ser comum obriga à existência do túnel central do chassis e a mala tem menos 30 litros de capacidade (490 litros contra 520 litros).

Esperar para decidir

Voltamo-nos a interrogar sobre o interesse de ter um carro elétrico com estas caraterísticas se a autonomia real é semelhante a carros mais pequenos. Tirando as empresas, que podem tirar partido de uma opção deste género, pensamos que não há nenhum particular que hesite na escolha! 

Esta situação remete-nos para a opção da BMW em não optar já por ter uma plataforma dedicada. Isto porque nos segmentos mais elevados a percentagem de vendas de carros elétricos ainda é reduzida, situação que tenderá a inverter-se até 2030.

Segundo previsões da BMW a inversão desta tendência acontecerá algures entre 2027 e 2028. Até lá e segundo os responsáveis da marca alemã a estratégia passa pela diversificação das várias soluções energéticas incluindo os híbridos. 

Concluímos que o Diesel é uma opção mais racional no atual estado da arte.