Alvo de críticas de vários quadrantes, a começar pelo tamanho generoso que a grelha frontal adoptou, a BMW responde à contestação, deixando a garantia de que não pretende atenuar, ou até mesmo alterar, a linguagem de design que atualmente marca a estética dos seus carros. Pelo contrário, até agradece a polémica!
A defesa da nova linguagem de design da BMW, claramente marcada não somente pela imponência da nova grelha tipo rim, mas também por linhas marcadas e cortantes, como é possível constatar, mas recentemente, no novo XM, foi feita pelo próprio Chairman da marca de Munique, Oliver Zipse. O qual, numa entrevista à australiana Car Sales, precisamente durante o lançamento dos novos Série 7 e i7, decidiu, inclusivamente, "agradecer" a controvérsia.
"É claro que se trata de algo planeado", começou por explicar Oliver Zipse, salientando que, "de outra forma, nunca o teríamos feito. A verdade é que, se quisermos, efectivamente, alterar o design, pensando em termos de futuro, a mudança será sempre controversa. Simplesmente, não existe um design apontado ao futuro, sem controvérsia. Aliás, é esse o truque: ter controvérsia, para, em seguida, surgir o 'eu quero' e o 'eu gosto'.". "Tudo isto faz parte de um plano", sentenciou.
De resto, o Chairman da BMW também recordou que, apesar deste salto em frente, a marca não deixou de manter uma abordagem mais conservadora naqueles que são os seus modelos mais convencionais, como é o caso do Série 3, Série 5, X3 e X5, relegando para os modelos de nicho, como é o caso do i7 ou do XM, o design mais vanguardista.
"Tivemos oportunidade de conduzir, durante esta manhã, por Palm Spring, e a verdade é que, bastava olhar para os carros em redor e todos eles se pareciam entre si", afirmou, ainda, o alemão. Acrescentando que, "são todos e de uma forma geral, aerodinâmicos, não são muito grandes e nem sequer são feios; aliás, já não há carros feios. Agora, todos são muito parecidos entre si".
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Desta forma e "se realmente queremos ter um design moderno e orientado para o futuro, é certo que dará azo a controvérsia e nós queremos isso. Até porque isso não significa que as pessoas não os comprem. Quanto a nós, queremos, efectivamente, dar início a uma discussão sobre 'mas o que é que eles estão a fazer?'".
Aliás, Zipse assume, mesmo, que, colocar as pessoas a falar sobre os seus carros, é a chave para impulsionar as vendas, dando, inclusivamente, a entender que, por exemplo, o então controverso BMW Série 7 E65 desenhado por Chris Bangle, vendeu mais do que o antecessor, precisamente, devido às suas formas menos consensuais.
"Eu quero controvérsia", sentenciou, defendendo que, "qualquer projecto inicial que não encerre alguma controvérsia, estará errado à partida. Juntamente com a controvérsia, ganha-se fidelização e compromisso, desde logo, porque levamos a pensar sobre o assunto e, inclusivamente, a pensarem em alternativas."