BMW 218d Active Tourer. É por isto que o Diesel não pode morrer...

Com, tanto os monovolumes, como o Diesel, perto da extinção, o BMW 218d Active Tourer recorda que talvez seja melhor pensar duas vezes...

Embora nesta nova geração já sem a variante de sete lugares, a verdade é que, o único monovolume presente na oferta da BMW, também conhecido como Active Tourer, continua a teimar pelo direito a existir. Inclusive, quando com um ainda menos bem-visto bloco Diesel, como é o caso deste 218d...

Proposta claramente familiar, senão mesmo a mais familiar de entre os modelos que hoje em dia fazem parte da oferta da desportiva BMW, serão as más línguas as primeiras a considerar este Série 2 Active Tourer, um "quase dinossauro".

O adjectivo, mais do que resultar de uma possível já longa existência do modelo - até porque, esta segunda geração, está agora a comemorar não mais do que um ano de vida, depois de ter sido apresentada em outubro de 2021... -, deriva, sim, do facto deste tipo de proposta ser, hoje em dia, uma quase raridade. Que, no caso específico deste Active Tourer, depois de ter surgido já tardiamente e numa altura em que os monovolumes entravam em declínio, tem conseguido manter-se fiel à sua génese, sem quaisquer concessões - a começar pela estética... - aos cada vez mais populares e procurados SUV e crossovers.

Esteticamente atraente, ao novo BMW Active Tourer não faltam pormenores que cativam. E, ainda mais, quando "apurado" com o pacote de estilo 'M'
Esteticamente atraente, ao novo BMW Active Tourer não faltam pormenores que cativam. E, ainda mais, quando "apurado" com o pacote de estilo 'M'

Aliás, se há um primeiro elogio a fazer à BMW, nesta segunda geração do seu monovolume, é, sem dúvida, a forma clara e definida como a marca alemã tem levado a cabo a evolução do modelo. Não apenas reforçando aquelas que são as características inatas dos verdadeiros monovolumes, mas também evitando a tentação de tornar esta proposta numa espécie de híbrido, a procurar disputar espaço em dois mundos distintos, como, de resto, muitos concorrentes já caíram na tentação de fazer. Ainda que, muitos deles, sem o sucesso desejado...

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Assim, evolução, desde logo, nas dimensões exteriores, com o novo Série 2 Active Tourer a anunciar praticamente 4,4 metros de comprimento, assim como uma distância entre eixos na ordem dos 2,67 metros. Extensão que, mais do que sobressair numa estética exterior moderna e atraente, com pormenores de verdadeiro estilo como a grelha frontal metalizada que "sobe" pelo capot, as ópticas esguias, ou ainda os pára-choques fortemente esculpidos e de falsas entradas de ar emolduradas, acaba afirmando a sua mais-valia a partir do momento em que entramos (facilmente) num habitáculo que é também um dos maiores trunfos deste monovolume.

Com um habitáculo funcional e atraente

Num ambiente onde, claramente, não falta espaço, inclusive, no banco traseiro, onde o lugar do meio, embora mais estreito, é beneficiado por um túnel de transmissão pouco intrusivo, as vantagens resultantes, igualmente, de uma posição de condução mais alta, a procurar facilitar não somente o acesso a um tablier limpo de botões e apenas com um único painel côncavo e construído na horizontal, composto pela instrumentação 100% digital e pelo ecrã central parte do sistema de infotainemnt, como também a visibilidade exterior. Na qual, apenas a visibilidade traseira continua a convidar à presença de uma câmara traseira.

Desfrutando de um banco confortável, mas também de um volante multiregulável e com óptima pega, torna-se fácil sentirmo-nos convencidos, quer com a qualidade de construção e materiais, como com os muitos espaços de arrumação abertos para descarregar tudo e mais alguma coisa. Assim como com o atraente layout exibido pelos dois ecrãs, ambos de fácil leitura e intuitivos na interacção, sendo que, a complementar o sistema de infotainment, existe ainda uma consola no apoio de braço dianteiro, onde estão alguns comandos físicos - o botão Start, o manípulo da caixa de velocidades, o botão dos modos de condução (My Modes) e até os comandos do sistema de som. Tudo simples e funcional como deve ser...

DESCUBRA O INTERIOR ABAIXO

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Igualmente funcional e convincente, é o acesso baixo e amplo da bagageira, a qual dispõe de portão de accionamento elétrico que pode ser despoletado com o pé e que é acompanhado na subida pela chapeleira, ainda que, a partir daí, a oferecer não mais que 470 litros de capacidade, já com um alçapão, por baixo do piso falso, a toda a dimensão do espaço. Sendo que, para mais, há a hipótese de fazer avançar o banco traseiro (está colocado sobre calhas longitudinais, podendo ser ajustado 40:60), deixando, igualmente, os ocupantes mais apertados contra os bancos dianteiros, ou então, rebater por completo a segunda fila, contra os bancos da frente, passando a beneficiar de uma capacidade aumentada até aos 1.455 litros.

Com Diesel nos deslumbramos

Disponível igualmente com motorizações a gasolina e híbridas, a unidade alvo deste ensaio exibia, no entanto, o mais "pequeno" dos Diesel, 218d, sinónimo de um quatro cilindros 2,0 litros Turbo com 150 cv e 360 Nm, a prometer uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 8,8s, assim como uma velocidade máxima fixada nos 220 km/h. Dois registos que, diga-se, ajudam a assegurar andamentos despachados e agradáveis nas deslocações do dia-a-dia, graças também à suave mas rápida resposta da caixa automática de dupla embraiagem de sete velocidades, a qual não impede, sequer, consumos que a BMW anuncia serem de apenas 4,8 l/100 km, com emissões de CO2 de125 g/km.

VEJA OS PORMENORES ABAIXO

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E se, em termos de insonorização do motor, até somos capazes de aceitar as críticas das tais más-línguas, a verdade é que, a partir daí, o 218d rapidamente tratou de nos mostrar o quão errada e injusta é, não só a desvalorização a que os monovolumes hoje em dia parecem votados, como, também e principalmente, a perseguição encetada pelos governos, ao Diesel. Entre muitas outras razões, devido à excelência dos consumos, que numa utilização real e maioritariamente em cidade, não ultrapassaram os 5,3 l/100 Km, permitindo a este Active Tourer fazer mais de 1.100 km com um só depósito!

Aliás, a mesma resposta positiva, é possível obter no que à dinâmica diz respeito, com o monovolume alemão a revelar um comportamento são e fiável, sem reacções adversas, e, principalmente, sempre muito contido na forma como se deixa levar pelas transferências de massas. Algo que encontra explicação também na presença de uma opcional suspensão mais desportiva, acompanhada de uma direcção que, mesmo mostrando-se um pouco mais leve e, claramente mais vocacionada para o tráfego citadino, não perde a precisão. Características imutáveis, até mesmo quando já accionado o modo de condução mais desportiva, uma espécie de Sport... soft.

Pelo que o veredicto é...

Muito positivo, sem dúvida, fruto não apenas de uma imagem forte e premium que a própria marca a que pertence, lhe garante, como também de outros aspectos, que devem ser tão ou mais valorizados, como é o caso da qualidade de construção e de materiais, ou da ergonomia, conforto e espaço interior. Mas, também e principalmente, de um Diesel que consegue ser uma óptima resposta para os tempos difíceis em que vivemos, em que o preço, também dos combustíveis, parece não querer parar de subir.

Mesmo com um corpo de verdadeiro monovolume, o BMW 218d Active Tourer não perde a já característica dinâmica da marca de Munique
Mesmo com um corpo de verdadeiro monovolume, o BMW 218d Active Tourer não perde a já característica dinâmica da marca de Munique

Contudo e ao volante deste BMW 218d Active Tourer, o leitor tem garantido que, depois do investimento inicial elevado, feito na aquisição, pelo menos as idas à estação de serviço, para abastecimento, serão menos frequentes...

BMW 218d ACTIVE TOURER

Preço: 43 400€ (54 148€ versão ensaiada)

Motor Gasóleo, 4 cil. em linha, 1.995 cc
Potência 150 cv 3750 – 4000 rpm
Binário máximo 360 Nm 1500 – 2500 rpm
Transmissão Dianteira, Auto. 7 vel.
Comp./Alt./Larg. 4,38/1,82/1,57 m
Dist. entre eixos 2,67 m
Peso 1620 kg
Bagageira 470 – 1455 l
Acel. 0-100 km/h 8,8s
Vel. máx. 220 km/h
Consumo (WLTP) 5,3 [4,8*] l/100 km
Emissões de CO2 (WLTP) 125 g/km

* Medições TURBO

GOSTÁMOS

– Consumos
– Autonomia
– Espaço interior

NÃO GOSTÁMOS

– Insonorização do motor
– Visibilidade traseira
– Preço