Bentley. Topo de gama Mulsanne vai ser substituído... por um SUV

Depois da "revolução" Bentayga, eis que a Bentley prepara a substituição da sua berlina topo de gama, o Mulsanne. O qual será substituído por mais um SUV.

Depois da "revolução" que foi a introdução do primeiro SUV de hiper-luxo no line-up do construtor britânico, eis que a Bentley prepara, agora, a substituição da sua berlina topo de gama, o Mulsanne. E que, sabe-se já, não será substituído por um modelo do género, mas... por mais um SUV.

A revelação foi feita, de resto, pelo próprio CEO da Bentley, o britânico Adrian Hallmark. Que, em declarações reproduzidas pelos nossos companheiros da Autocar, garantiu que, o sucessor "não será um desportivo, porque não pensamos fabricar mais desportivos", mas sim, um SUV.

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Garantindo, logo à partida, que "não é nossa intenção deixar vazio o espaço preenchido até aqui pelo Mulsanne", Adrian Hallmark recorda que "a indicação que temos tido, da parte dos nossos clientes, é que os tradicionais compradores de carros de luxo, olham, hoje em dia, para os SUV, como uma solução muito mais atraente. Pelo que, é aí, que nós vemos potencial para avançar".

Perante esta realidade, "não tenho qualquer dúvida de que vejo espaços que podemos vir a preencher, no segmento dos SUV, com derivados do Bentayga e outras propostas", afirma o líder da Bentley.

Primeiro SUV na história da Bentley, o Bentayga teve uma aceitação tal, que, só em 2019, valeu quase 50% das vendas da marca de super-luxo britânica
Primeiro SUV na história da Bentley, o Bentayga teve uma aceitação tal, que, só em 2019, valeu quase 50% das vendas da marca de super-luxo britânica

De resto e para a justificar esta visão, basta recordar a excelente prestação comercial que o primeiro SUV da história da Bentley, o Bentayga, tem protagonizado, desde que começou a ser comercializado. Tendo mesmo representado, em 2019, 47% da totalidades das vendas feitas pela marca de luxo britânica.

Mulsanne de saída devido à fraca procura

Quanto ao nobiliárquico Mulsanne, Hallmark recorda a queda nas vendas, que o saloon tem vindo a registar, ao longo dos últimos anos, para justificar a pouco ou nenhuma vontade de o manter no catálogo.

"Nos bons velhos tempos, há cerca de 20 anos, quando o Arnage ainda circulava, lado a lado com o Silver Seraph, o segmento dos saloons de luxo de quatro portas ainda valia entre 1.500 a 2.000 unidades", recorda o CEO da Bentley. "Hoje em dia, pelo contrário, vale menos de 1.000 unidades, sendo que nós garantimos mais de 50% desse número".

Navio-almirante no line-up da nobiliárquica Bentley, o Mulsanne foi dado a conhecer, pela primeira vez, em 1980, a que se seguiu a atual 2.ª geração, em 2010
Navio-almirante no line-up da nobiliárquica Bentley, o Mulsanne foi dado a conhecer, pela primeira vez, em 1980, a que se seguiu a atual 2.ª geração, em 2010

Ao mesmo tempo, "os custos de desenvolvimento deste tipo de viaturas, com a tecnologia e as exigências, em termos de emissões e de segurança, impostas nos dias de hoje, fazem com que não fiquem mais baratos que, por exemplo, um modelo que, depois, vende 5.000 unidades por ano".

Desta forma e "tratando-se de um modelo cujas expectativas de vendas não vão além dos 400 a 600 unidades, torna-se muito difícil conceber um negócio rentável".