Numa altura em que a marca de Crewe caminha assumidamente para a eletrificação, é o próprio CEO da Bentley que vem agora sossegar os espíritos, ao garantir que a emoção não desaparecerá dos carros do fabricante. Desde logo, porque os futuros elétricos terão de oferecer o dobro da potência dos actuais W12!
Com o atual W12 já na fase das despedidas, nomeadamente, através de uma última aparição no ultra-exclusivo Batur, e o primeiro elétrico já num horizonte próximo, mais precisamente, para 2026, a Bentley procura, assim, tranquilizar os seus clientes, presentes e futuros, garantindo que o espírito, tanto da marca, como dos próprios carros, não mudará.
A assegurá-lo, a entrevista dada pelo CEO Adrian Hallmark à também britânica Autocar, em que este revela que, o primeiro elétrico do fabricante, chegará com duas especificações de baterias, assim como com a já conhecida versão mais desportiva Speed, que não desaparecerá, sustentada naquilo que Hallmark designa de "o W12 das baterias".
De resto e sobre os motores elétricos que passarão a marcar presença nos futuros modelos, o CEO da Bentley garante que, as configurações estabelecidas, serão capazes de disponibilizar entre 50 a 100 por cento mais de potência que as atuais motorizações a combustão de topo!
Apenas como curiosidade, vale a pena recordar que, no Batur, o W12 a combustão de 6,0 litros, com dois turbocompressores, consegue anunciar uma respeitável potência máxima de 750 cv, assim como 1.000 Nm de binário. Sendo que, ainda em 2022, numa entrevista à Automotive News Europe, o próprio Hallmark não descartava a possibilidade do trem de força elétrico a utilizar pela Bentley poder vir a anunciar qualquer coisa como 1.420 cv de potência e acelerar dos 0 aos 100 km/h nuns meros 1,5 segundos.
Elétricos terão autonomias idênticas à dos atuais Bentley
Quanto às autonomias com uma só carga, o responsável máximo do fabricante de Crewe mostrou-se convicto de os seus veículos elétricos (EV) serão capazes de cumprir distâncias entre os 563 e 724 quilómetros, após os quais, necessitarão de menos de 20 minutos ligados à corrente, para repor entre 10 e 80 por cento da capacidade das baterias.
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Aliás, o mesmo Hallmark assegura que os elétricos Bentley terão praticamente a mesma autonomia dos modelos atuais, os quais, assumiu, já gastam muita gasolina.
Por outro lado e mesmo com estes objectivos ambiciosos, Adrian Hallmark também garante que os futuros EV não mudarão muito, em termos de dimensões, dos Bentley atuais. Pois, conforme o próprio faz questão de salientar, "a nossa missão é construir Bentleys, não veículos elétricos a bateria com o emblema da Bentley aplicado".
E-Fuel não é solução, diz Hallmark
Finalmente, o CEO da Bentley Motors abordou ainda o tema dos e-fuels, para dizer que, embora acredite que esta possa ser uma solução "realmente emocionante" e que, até mesmo a tecnologia, já esteja num ponto de maturação suficiente, a capacidade de produção para, por exemplo, substituir completamente os combustíveis fósseis, está ainda muito longe.
A posição de Hallmark acaba, assim, por estar em linha com a do seu homólogo da Volkswagen, a principal marca do Grupo Volkswagen, do qual a Bentley também faz parte, o qual considerou o debate sobre a utilização do e-Fuel um "ruído desnecessário", desde logo, por ser basear nos motores de combustão, tecnologia que descreveu como "antiga".