Há recordes para tudo, incluindo para o tempo mais rápido na subida da Rampa de Goodwood com um reboque de 2,5 toneladas de palha e motor alimentado por biocombustível. Esse passou a ser detido pelo Bentley Bentayga EWB, ainda que não seja oficial.
O Bentley Bentayga Extended Wheelbase (EWB), movido a biocombustível e com um atrelado com 2,5 toneladas de palha, demorou 1m21s a subir a famosa Rampa de Goodwood, em Inglaterra, e estabeleceu um novo recorde nesta categoria, ainda que não oficial, pois, por razões de segurança, a tentativa foi realizada antes do início do Festival da Velocidade.
O novo recorde da subida da Rampa de Goodwood foi alcançado com a utilização de biocombustível de segunda geração, produzido a partir de palha de resíduos agrícolas. A Bentley sublinha que todos os veículos modernos da marca que participarem na subida do Festival da Velocidade durante os próximos quatro anos vão utilizar combustível renovável e isso irá garantir uma redução de 85% das emissões de carbono numa base "well-to-wheels", isto é, do poço às rodas.
A marca britânica de automóveis de luxo refere que as 2,5 toneladas de palha transportadas para o cimo da colina são suficientes para criar uma capacidade de combustível de até 1770 km.
A Bentley acrescenta que o Bentayga EWB e todos os modelos da marca estão preparados para utilizar combustível renovável sem modificações. O biocombustível de segunda geração está em conformidade com a norma global EN228 para a gasolina, o que significa que é um substituto direto do combustível normal de bomba.
Combustível renovável
Ao contrário dos biocombustíveis de primeira geração, que são produzidos a partir de culturas alimentares cultivadas em terras aráveis, os biocombustíveis de segunda geração são obtidos a partir de incluindo resíduos agrícolas e florestais e subprodutos da indústria alimentar. Durante o processo de produção, os resíduos de biomassa são decompostos por fermentação, o que leva à criação de etanol.
Aquele produto é desidratado e convertido em etileno, sendo depois transformado em gasolina através do processo de oligomerização, que consiste no encadeamento de moléculas curtas de hidrocarbonetos para produzir moléculas mais longas e mais densas em energia.
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O combustível produzido é 100 por cento renovável e permite uma redução estimada de 85 por cento do impacto de CO2 em comparação com a gasolina convencional. Ao utilizar materiais residuais que, de outra forma, seriam eliminados, o biocombustível de segunda geração evita o dilema "alimentos versus combustível" associado aos biocombustíveis de primeira geração.
V8 de 542 cv
À semelhança dos outros Bentayga EWB, o veículo que bateu o recorde na Rampa de Goodwood também está equipado com o motor V8 a gasolina de 4,0 litros, 32 válvulas, duplo twin-scroll turboalimentado da Bentley, que desenvolve uma potência de 542 cv e um binário 770 Nm.
A combinação do motor V8 com uma caixa automática de oito velocidades permite ao Bentayga EWB acelerar dos 0 aos 100 km/h em 4,6 segundos e alcançar uma velocidade máxima de 290 km/h.
O motor V8 de 4,0 litros da Bentley possui um bloco fundido em alumínio de elevada resistência e com turbocompressores twin-scroll e conversores catalíticos primários posicionados no V do motor.
Uma caraterística fundamental dos turbocompressores twin-scroll são os dois canais de fluxo paralelos e separados na carcaça da turbina, que guiam especificamente os gases de escape para as palhetas do rotor da turbina, resultando num binário elevado a baixos regimes.
Os turbocompressores estão localizados no interior do V do motor, minimizando a distância que os gases de escape percorrem desde o motor até aos turbocompressores, que podem funcionar a 176.000 rpm e gerar até 1,6 bar de pressão de sobrealimentação.