Cada vez mais, os carros elétricos têm vindo a tornar uma opção viável, para um cada vez maior número de condutores. Neste sentido, as baterias dos carros elétricos têm ganho um protagonismo especial, pois a autonomia, a durabilidade e até a segurança destes, dependem, fundamentalmente, deste componente.
Tendo esta ideia em mente, decidimos elaborar um pequeno guia, com o intuito de esclarecer as principais questões, em relação a esta peça central dos veículos elétricos.
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1. Que tipo de baterias usam os automóveis elétricos?
A bateria de um veiculo elétrico, ao contrário do que o nome indica, não é apenas uma só bateria, mas, sim, múltiplas. Estas, denominadas por "células", podem chegar a ser dezenas ou centenas. Este conjunto de células é, geralmente, arrumada entre os eixos de um automóvel, por de baixo do piso do habitáculo.
As células, tendo por base o mesmo funcionamento de uma bateria de um telemóvel, são projetadas para armazenarem grandes quantidades de energia. São pensadas para reterem o máximo de eletricidade, mesmo depois de milhares de ciclos de carga terem sido realizados.
Grande parte dos carros elétricos atuais utiliza dois tipos de baterias: baterias de iões de lítio (frequentes nos 100% elétricos, como os Tesla, o Jaguar I-Pace e outros), e baterias de hídretos de níquel-metal, mais vulgares nos híbridos.
2. Como se avalia a capacidade das baterias dos carros elétricos?
Cada bateria, ou "unidade de armazenamento", tem uma quantidade de armazenamento especifica . Esta capacidade de armazenamento é medida através da unidade KWh (KiloWatts por hora).
Por exemplo, a bateria de um Tesla Model S tem a capacidade de 100kWh, ou seja, é capaz de oferecer 100 kilowatts de energia durante uma hora. Tendo em conta que o condutor não deverá utilizar permanentemente o máximo da potência disponível, tal significa que a bateria poderá durar várias horas, numa utilização permanente.
3. Por quantos quilómetros dura uma carga e quais são as melhores opções?
Se está a pensar em comprar um carro elétrico, tenha em mente que existem várias opções, com várias capacidades, e preços a condizer.
As capacidades dos elétricos disponíveis no mercado, variam entre os 30kWh, até valores acima dos 100 kWh. Quanto maior a capacidade, maior a bateria, e maior o preço total do veículo.
Neste sentido, se apenas fizer deslocações urbanas e/ou trajetos relativamente curtos, um carro como o Honda E, com uma capacidade de 35 kWh (suficiente para uma autonomia a rondar os 210 km), será mais do que adequado para si.
No entanto, se necessitar realmente de mais autonomia, terá de comprar um elétrico com mais capacidade, como, por exemplo, o Jaguar I-Pace, com uma bateria de 85kWh, e uma autonomia a rondar os 470 km.
4. E quanto à durabilidade das baterias?
Até agora, tudo aponta para que, os carros elétricos, não padeçam de falhas catastróficas, nas suas unidades de armazenamento. Ao contrário do que, aliás, costuma acontecer aos telemóveis, com alta "quilometragem".
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Claro que, com o acumular de quilómetros e cargas, as baterias vão perdendo a sua capacidade, embora esteja mais do que provado que, essa redução, é, de facto, pequena. Aliás, são muitos os casos de automóveis elétricos com 7 ou 8 anos, que retêm 70% da sua capacidade de armazenamento.
5. Qual a razão das baterias dos carros elétricos serem tão caras?
As unidades de armazenamento são compostas por muitos componentes feitos de metais caros, resultado da sua raridade e/ou de processos de extração e minério extremamente complexos.
No entanto e tendo em conta a evolução desta industria, assim como da tecnologia, as baterias tendem a tornar-se, gradualmente, mais baratas.
6. Quais são os seus perigos e o seu impacto ambiental?
No que à segurança diz respeito, recordamos, apenas, que os carros com motores de combustão interna, utilizam combustível projetado especificamente para inflamar ou explodir. Pelo que, o mais natural e racional, seria preocupar-se com este tipo de veículos, mais do que com os veículos elétricos.
Quanto ao impacto ambiental, múltiplos estudos sugerem que um carro elétrico não tem um impacto tão grande quanto um carro com motor de combustão interna. Mesmo que, considerando todo o ciclo de vida do primeiro. Além de que, as baterias dos veículos elétricos, podem ser reutilizáveis para outros fins.