Bateria descarregada. Que fazer agora?

Conheça quatro soluções permitem voltar a colocar um veículo na estrada depois de ter ficado sem carga num bateria convencional e, por consequência, não ligar o motor. Isto tanto pode suceder numa viatura de combustão como numa elétrica.

A bateria de um automóvel tem uma duração limitada e quando termina a sua vida útil, que tanto pode ser de três anos ou dez anos, deixa de cumprir a sua função, que é o fornecimento de eletricidade ao motor de arranque para ligar a ignição.

Quando a bateria fica totalmente descarregada, o motor do automóvel não arranca por mais que se rode a chave ou carregue no botão ‘Start-Stop’. Isso não sucede apenas com os veículos de combustão, mas, também, com muitos elétricos.

Uma bateria também pode descarregar se o condutor deixar as luzes ligadas durante muito ou após uma noite particularmente fria se o nível de carga da mesma já estiver muito baixo devido à idade.

Para ligar o automóvel pode-se recorrer a quatro soluções possíveis. A mais tradicional consiste em fazer uma ligação com cabo de bateria, o que exige a presença física de um outro veículo. Outra opção consiste no recurso a um carregador portátil. Nos veículos mais antigos é possível empregar a velha técnica do empurrão.

Se a bateria ficar sem carga, a opção mais simples para que não tem conhecimentos de mecânica ou tenha ficado imobilizado numa zona perigosa como uma autoestrada é chamar a assistência em viagem e explicar a situação. 

A assistência em viagem irá enviar um reboque ou um veículo oficina que tratará de fazer arrancar a viatura no local, normalmente com um carregador portátil ou cabo de bateria. Após a ignição ter ligado será recomendável conduzir durante cerca de meia hora para garantir que o alternador devolve carga à bateria para que não seja necessário voltar a chamar um reboque no dia seguinte. Se a bateria já estiver muito gasta, então não haverá muita volta a dar, se não ir a uma oficina e substitui-la.

Cabo de bateria

Se o condutor tiver na sua viatura um cabo de bateria poderá ligar a ignição recorrendo a um outro veículo. Para o efeito terá de pedir ajuda a um outro condutor que esteja nas proximidades. Convém avisar que este método não será o mais indicado para os veículos das gerações mais recentes.

Se o veículo tiver mais de 10 ou 15 anos não haverá problema em recorrer a esta solução, mas nos outros casos os picos de tensão produzidos pelas pontas do cabo da bateria poderão afetar a eletrónica de um veículo mais recente, especialmente nalguns sensores, no controlo de tração ou no sistema elétrico. O cabo de bateria deverá ser o último recurso nesta situação.

Se a opção recair nesta solução, o condutor deverá assegurar que os terminais são de boa qualidade e que o cabo tem uma boa dimensão, assim como um comprimento que permita ligar comodamente a outro veículo.

O processo de ligação deverá obedecer a uma determinada ordem. Em primeiro lugar deve-se ligar o cabo vermelho ao pólo positivo da bateria carregada, que normalmente tem uma capa vermelha ou o símbolo “+”- Seguidamente deve-se ligar o outro extremo do cabo vermelho ao pólo positivo da bateria descarregada.

Depois será necessário ligar o terminal preto ao borne negativo da bateria carregada ao polo negativo da bateria descarregada. Seguidamente pede-se ao condutor no veículo carregado para o ligar, que deve manter o motor nas 2000 rpm para que o seu alternador produza corrente suficiente. Então deve-se ativar a ignição do veículo descarregador e, se tudo correr bem, o motor deve começar a trabalhar.

Os terminais devem ser retirados na ordem inversa à ligação. Não se deve tocar nas peças metálicas ou evitar que toquem entrem si para evitar uma descarga elétrica.

Se o motor não ligar, não se deve insistir. Após alguns segundos não se deve voltar a tentar e deve-se esperar alguns minutos. Se insistir, os cabos podem aquecer ou mesmo provocar um curto-circuito, caso o plástico derreta.

Se o veículo tiver sistema de “Start & Stop” ou se após o arranque aparecerem testemunhos de falha no motor no quadro de instrumentos, deve-se ir a uma oficina porque a centralina necessita de ser recalibrado. O mesmo sucede quando se substitui a bateria de um automóvel mais recente, já que este tem de ser ligado a uma máquina de diagnóstico.

Carregador portátil

O carregador portátil será, sem dúvida, a melhor opção porque dispõe de reguladores internos que evitam os picos de tensão no arranque de um automóvel. Trata-se de uma bateria portátil de elevada capacidade e intensidade, a partir da qual saem os terminais.

Após a ligação das mesmas ao veículo com bateria descarregada, liga-se o carregador e arranca-se o motor como habitualmente. Quando já estiver em funcionamento retira-se o terminal vermelho e depois o preto.

Empurrão

O “empurrão” está longe de ser o método mais indicado porque trata mal a mecânica do automóvel e só funciona em veículos com caixa de velocidades manual. Trata-se de um método clássico. O condutor senta-se ao volante, liga a ignição e pede a várias pessoas que empurrem o automóvel, de preferência numa zona plana ou com um ligeiro declive.

Seguidamente engrena a segunda velocidade e mantém o pé na embraiagem. Quando atinge os 15 km/h, solta a embraiagem - nem muito suavemente nem muito de repente - e com sorte a inércia fará arrancar o motor. Este método não deve ser usado em automóveis modernos nem em estrada com trânsito: o veículo não terá direção assistida nem assistência à travagem com o motor desligado.