O veículo autónomo da Uber envolvido no acidente mortal, afinal, detetou a presença da ciclista, avança publicação especializada em tecnologia. No passado mês de março, um autónomo da Uber atropelou mortalmente uma ciclista no Arizona, apontando-se desde logo possíveis falhas no hardware ou no software da viatura. O caso gerou discussões sobre a condução autónoma e agora a publicação 'The Information', especializada em tecnologia, desvendou detalhes que poderão ser decisivos para a investigação do caso. Reporta este meio que o autónomo detetou a vitima, Elaine Herzberg, citando dois especialistas na matéria. A publicação avança que a anomalia teve como origem a forma como o software estava configurado. "Como outros sistemas de veículos autônomos, o software da Uber tem a capacidade de ignorar 'falsos positivos', ou objetos no seu caminho que não seriam realmente um problema para o veículo, como um saco plástico a flutuar sobre uma estrada", cita o referido meio. "Nesse caso, os executivos da Uber acreditam que o sistema da empresa foi ajustado para reagir menos a esses objetos. Mas a afinação foi longe demais, e o carro não reagiu rápido o suficiente", acrescenta. Além das definições de funcionamento inadequadas, a falta de atenção do condutor é também sublinhada. As empresas de desenvolvimento de veículos autónomos configuram alertas ao condutor para que este tome controlo do automóvel em caso de falha do sistema. Leia também: Uber consegue entendimento no caso do atropelamento mortal A Uber já reagiu em comunicado: "Estamos a cooperar ativamente com o NTSB nas investigações. Por respeito a esse processo e à confiança que temos com o NTSB, não podemos comentar sobre os detalhes do incidente. Enquanto isso, iniciamos uma revisão de segurança integral do nosso programa de veículos autónomos, e trouxemos o ex-presidente do NTSB, Christopher Hart, para nos aconselhar sobre a nossa política geral de segurança", escreveu a empresa. "A nossa revisão está a analisar tudo, desde a segurança do nosso sistema até aos nossos processos de treino para os operadores dos veículos, e esperamos ter mais a dizer em breve", conclui a Uber. Um caso lamentável que teve o pior desfecho possível mas que não impede a Uber de prosseguir com o desenvolvimento da condução autónoma. Dara Khosrowshahi, CEO da empresa, assegurou que a Uber mantém os esforços nesta tecnologia.