Crise à vista! Fluxo de carros importados chineses está a saturar portos europeus

Com os fabricantes automóveis chineses num claro "assalto" à Europa, os portos europeus já não conseguem acomodar tantos carros importados!

Com uma capacidade de produção muito superior à dos concorrentes europeus, os fabricantes automóveis chineses estão a criar, com o seu "assalto" à Europa, novos problemas à capacidade da Europa de assimilar veículos importados. Isto, porque, com tantos milhares a chegar e a procura a diminuir, já não há espaço para acomodar tanto automóvel!

A denúncia da situação limite a que alguns dos principais portos europeus estarão prestes a atingir foi feita por um porta-voz da administração dos portos belgas de Antuérpia e Zeebrugge, em declarações à Automobilwoche. Nas quais garantiu que, "esta situação afecta, atualmente, todos os portos europeus onde chegam grandes quantidades de veículos".

Mesmo sem fornecer números exactos, a autoridade portuária belga confirmou que os portos em questão estão, atualmente, com significativamente mais veículos estacionados do que em 2020 e 2021, sendo que, para o agravar do problema, contribuíram uma série de situações desfavoráveis, explicou o mesmo porta-voz, Gert Ickx.

Os portos europeus começam a ter capacidade para estacionar a quantidade de veículos importados, a maior parte chineses, que vão desembarcando no Velho Continente
Os portos europeus começam a ter capacidade para estacionar a quantidade de veículos importados, a maior parte chineses, que vão desembarcando no Velho Continente

Entre estas situações, está, segundo Ickx, a "falta de camiões de transporte de veículos, assim como de motoristas", assim como a queda nas vendas de automóveis na Europa. Dois problemas a que se junta ainda a decisão dos fabricantes de assumirem, eles próprios, as vendas e o contacto directo com o cliente final, desistindo dos revendedores, que tinham os seus próprios espaços para acomodar alguns veículos.

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"Algumas marcas automóveis decidiram abandonar o modelo de negócio que integrava os revendedores, para assumirem, elas próprias, a relação com o cliente final, e isso levou a que os carros fiquem mais tempo estacionados nos portos, ao invés de seguirem para os parques dos concessionários", explicou Ickx.

Alemanha não está melhor

Igualmente contactado, o presidente da Associação das Empresas Europeias de Logística de Veículos (ECG - Association of European Vehicle Logistics), Wolfgang Goebel, confirmou que os parques para automóveis, nos portos europeus, estão, efectivamente, cheios, ainda que salientando que tal não é novo.

"Os portos estão lotados há muito tempo", afirmou o responsável, que, segundo refere a Automotive News Europe, também é membro do Conselho de Administração do Grupo Mosolf, um dos maiores prestadores de serviços de logística na Alemanha, com mais de três milhões de veículos transportados anualmente. E que, por sua vez, também atua em Zeebruge.

"Temos um mercado fraco, o que conduz a menos saídas. As importações de veículos chineses são apenas uma parte disso", defendeu Goebel, para quem, a decisão do Governo alemão de acabar com os subsídios aos Veículos Elétricos, é outro dos motivos para que os automóveis importados permaneçam mais tempo nos portos.

"Essa é uma questão que afecta os carros importados de todas as marcas", recordou, acrescentando que, devido a esta realidade, o Grupo Mosolf foi um dos que já foi obrigado a alugar mais área de estacionamento, fora dos terminais portuários.