A Audi tem vindo a manter conversações com a chinesa SAIC, que poderão resultar na compra e utilização, por parte da marca alemã, da plataforma para veículos elétricos que o grupo chinês utiliza na sua marca premium, IM Motors.
A notícia foi avançada pela Automotive News Europe, com base em informações obtidas juntos de fontes não-identificadas, mas que a publicação diz estarem ao corrente de todo o processo.
Segundo esta mesma publicação, a decisão da marca alemã de iniciar conversações com a SAIC, para compra da plataforma para veículos elétricos que o grupo chinês desenvolveu e já utiliza na sua marca premium IM Motors, terá surgido na sequência da incapacidade do fabricante alemão de alcançar, no mercado chinês, rivais como a Tesla ou até mesmo como a também chinesa Nio.
Quanto a IM Motors, marca de veículos elétricos premium controlada pela SAIC, mas que também tem, entre os seus investidores, o gigante Alibaba, já comercializa essa mesma plataforma, no mercado chinês, desde 2022. Mais concretamente, através do seu sedan Zhiji L7.
O maldito software…
Recordar, ainda, que não são de agora as notícias segundo as quais a Audi estava no mercado, realizando contactos com diferentes fabricantes automóveis chineses, com o propósito de adquirir uma plataforma dedicada para veículos elétricos.
Segundo a mesma publicação, essas iniciativas terão começado após os problemas de software surgidos no seio do Grupo Volkswagen e que levaram, inclusivamente, ao adiamento não só de novos modelos 100% elétricos, como é o caso do futuro Q6 e-tron, mas também de projectos como o Artemis, que visava o desenvolvimento de um novo elétrico topo de gama autónomo.
LEIA TAMBÉM
Dieselgate continua. Volkswagen e Audi vão pagar 85 milhões no Texas
De resto e fruto destes mesmos problemas, também o desenvolvimento da nova arquitectura para veículos elétricos do grupo, a SSP, foi já adiada para 2029, de forma a que, entretanto, os problemas de software possam ser resolvidos.
No entanto e caso o negócio com a SAIC venha a concretizar-se, será, também, a primeira vez que a Audi irá utilizar uma plataforma que não foi desenvolvida dentro de portas ou, pelo menos, no seio do Grupo Volkswagen.
PPE continua
Entretanto e ao mesmo tempo que realiza estes esforços, a marca dos quatro anéis mantém o desenvolvimento, em conjunto com a Porsche, de uma outra plataforma para veículos elétricos, denominada Premium Platform Electric, ou PPE. Solução que deverá servir de base ao já citado Q6 e-tron, assim como ao Porsche Macan elétrico.
Ainda assim e muito em resultado daquele que tem sido o peso crescente do mercado chinês nas vendas automóveis, onde, de resto e durante o primeiro trimestre de 2023, a Audi não foi muito além dos 3.000 veículos, enquanto os rivais BMW e Tesla chegavam às 21.646 e 137.429 unidades, respectivamente, o entretanto demissionário CEO da marca alemã, Markus Duesmann, veio já defender, em declarações à Reuters, que a Audi tem de acelerar o desenvolvimento de novos modelos, de forma a conseguir corresponder à procura por veículos elétricos. Em particular, na China.