Depois das rivais BMW e da Mercedes, também a Audi acaba de tomar a decisão de, em virtude das dificuldades em que o mercado internacional de componentes vive, passar a produzir os seus futuros motores elétricos dentro de portas, ou seja, nas suas próprias fábricas. Isto, apesar do investimento acima dos 300 milhões de euros que a medida exige.
A revelação, quanto à decisão da Audi, foi, no entanto, feita, não pela própria marca de Ingolstadt, mas pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) da Hungria, Peter Szijjarto. Isto, porque a medida tem aplicação, precisamente, na fábrica que a Audi possui neste país da União Europeia, mais concretamente, em Gyor.
De resto, é, precisamente, em Gyor, na zona ocidental da Hungria, que a Audi já fabrica, desde 2018, alguns dos seus atuais motores elétricos, recorda a Automotive News Europe.
Ainda segundo o MNE húngaro, a fábrica de Gyor começará a produzir os novos motores elétricos já a partir de 2025, obrigando a um reforço da mão-de-obra humana, de cerca de 500 trabalhadores.
Recordar que a Audi começou a produzir motores de combustão em Gyor em 1994, momento a que se seguiu a inclusão da produção de motores elétricos, em 2018.
BMW investe em Steyr
Quanto ao "anúncio" do responsável político húngaro, surge já depois de, por exemplo, a BMW ter anunciado que pretende investir, até 2030, cerca de mil milhões de euros na sua fábrica em Steyr, na Áustria, para passar a desenvolver e fabricar aí a nova geração de sistemas de propulsão elétricos, com lançamento previsto no mercado a partir de 2025.
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De resto, a fábrica de Steyr leva já 40 anos a fabricar motores de combustão, tanto para a BMW, como para a Mini, sendo que, com a adição dos motores elétricos, a unidade austríaca tornar-se-á a segunda infraestrutura, a par de Dingolfing, na Alemanha, a produzir trens de força para os elétricos do grupo.
Decisão já é tendência
Recordar que, além destes dois fabricantes, também a francesa Renault já produz os seus próprios motores elétricos dentro de portas, mais concretamente, em Cleon, França, enquanto, por exemplo, a Mercedes-Benz já assumiu que, a produção deste tipo de componentes, nas suas próprias instalações, é um "aspecto determinante" na sua estratégia.
Ao mesmo tempo e conforme também recorda a Automotive News, o grupo Volkswagen anunciou já a intenção de produzir, ele próprio, cerca de 1,4 milhões de motores elétricos por ano, para todos os modelos fabricados com base na plataforma MEB, já a partir de 2023, enquanto a Stellantis celebrou uma parceria com o fabricante japonês Nidec para começarem a produzir sistemas de propulsão elétricos, já a partir do final de 2022.
Finalmente, a Volvo, anunciou já a decisão de investir perto de 79 milhões de euros na sua fábrica de Skovde, na Suécia, onde pretende começar a produzir os seus motores elétricos de última geração, para aplicação nos seus futuros EVs.