A notícia caiu como uma bomba: depois de várias outras marcas terem decidido transferir os seus esforços no desporto automóvel, para o Campeonato do Mundo de Fórmula E, eis que uma das marcas fundadoras, a Audi, acaba de anunciar a retirada. Neste caso, para se dedicar ao "outrora" pouco interessante Dakar!
O abandono da Audi acontecerá, de resto, numa altura... inesperada, mais concretamente, no final da próxima temporada. Ou seja, terminada a primeira época da Fórmula E com estatuto de Campeonato do Mundo.
A par do anúncio do abandono da Fórmula E, a Audi revela, ainda, que não se trata de uma saída do desporto automóvel, pois, já, em 2022, espera estar à partida para o icónico Rali Dakar, com uma equipa de fábrica. Assim como, com um todo-o-terreno que se anuncia como totalmente inovador.
Elegendo o Todo-o-Terreno como a ponta da lança que será o seu programa desportivo nos próximos anos, o fabricante de Ingolstadt avança, desde já, que o futuro carro de competição, para o Dakar, apresentará "um novo conceito de propulsão alternativa, a combinar, pela primeira vez, uma bateria de alta voltagem, com um conversor de energia de alta eficiência". Descrição que faz antever um todo-o-terreno elétrico, ou, na menos ambiciosa das hipóteses, um híbrido.
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"Queremos continuar a demonstrar aquele que é o slogan da marca, 'Vorsprung durch Technik' [Conduzido pela Tecnologia], no desporto internacional ao mais alto nível e, ao mesmo tempo, continuar o desenvolvimento de tecnologias inovadoras para os nossos automóveis do dia-a-dia. Sendo que, o rali mais duro do mundo, é o cenário ideal para isso", afirma o presidente do Conselho de Administração da Audi, Markus Duesmann.
Perante estas palavras, fica claro que o objectivo do Audi passa por fazer do Dakar um palco mediático para os seus veículos e-tron, utilizando, ao mesmo tempo, a competição, como uma espécie de laboratório para testagem e desenvolvimento de novos sistemas de propulsão. Algo que, aliás, a marca já fazia, há 40 anos atrás, tendo levado a avanços importantes, como foi o caso do sistema quattro.
Recorde-se que a organização do Dakar anunciou, na passada semana, a intenção de adoptar a tecnologia de propulsão a pilha de hidrogénio, para todos os participantes, a partir de 2030. Ambição a que se seguiu o anúncio dos projectos de Cyril Despres, que está já a trabalhar no desenvolvimento de um carro de competição a hidrogénio, e de Guerlain Chicherit, que apresentou o GCK e-Blast 1, um todo-o-terreno 100% elétrico.
Finalmente e quanto ao projecto para o Mundial de Fórmula E, a Audi garante que o sistema de propulsão exclusivamente elétrico que tem vindo a ser desenvolvido pela equipa de fábrica, continuará disponível, para clientes, para além do próximo ano.