A Audi está apostada em desenvolver o carregamento bidirecional, que permite aos veículos elétricos armazenar energia e utilizá-la depois nas suas casas quando for necessário.
A Audi começou a trabalhar no carregamento bidirecional, o que permitirá que os seus veículos elétricos atuem como uma extensão da rede elétrica. A tecnologia foi desenvolvida pela Audi e pelo Hager Group, sendo testada no SUV Audi E-tron.
A tecnologia permite, assim, que os carros elétricos recebam, não apenas, eletricidade de espaços domésticos, por meio de "wall chargers", como também a armazenem e até devolvam.
A Audi disse que esse sistema seria particularmente útil para clientes que possuem painéis solares, com o carro a ser capaz de armazenar eletricidade gerada em casa, enquanto o sol está a brilhar, e devolvê-la quando não está.
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De acordo com a Audi, "o carregamento bidirecional em casa - também conhecido como Vehicle to Home (V2H) - tem um grande potencial para reduzir os custos de eletricidade do proprietário e aumentar a estabilidade da rede".
Mais à frente, numa fase de expansão da tecnologia, "em combinação com uma unidade de armazenamento doméstico, será possível obter uma quase completa independência energética e aumentar a segurança do fornecimento em caso de 'blackout'", explica a empresa.
Tecnologia já testada por outras marcas
A Audi não é a primeira empresa a investigar esta tecnologia. Em 2017, a Nissan testou um esquema semelhante na Dinamarca, permitindo que os seus clientes da frota de veículos elétricos comprassem um carregador para ligar o veículo à rede, extraindo daí energia para o alimentar, e depois "vendê-la" de volta quando o carro não estivesse em uso.
Mais tarde, a Nissan expandiu esse serviço para o Reino Unido. A empresa japonesa continua a desenvolver a tecnologia e pretende que a sua produção seja uma realidade num futuro próximo.
Da mesma forma, a Renault adaptou uma frota do seu elétrico Zoe para o carregamento de veículos em rede, em 2019, introduzindo um total de 15 unidades na Europa.
Ao contrário do sistema anterior da Nissan, que exigia a instalação de uma unidade de armazenamento de energia nas casas dos proprietários dos veículos elétricos, os Zoe têm unidades de armazenamento de energia instaladas a bordo.
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Na rede de testes da Audi, o E-tron opera com uma DC wallbox, com capacidade de carga até 12kW, além de uma unidade de armazenamento doméstico com capacidade de 9kW. Devido ao nível de tensão DC na rede geral, a Audi alega que a conexão entre o sistema elétrico doméstico e o E-tron não exige um inversor, tornando-o bastante eficiente.
No entanto, alguns especialistas expressaram já a sua preocupação com a viabilidade de tais sistemas.
Um estudo de 2018 da Universidade do Havai conclui que o carregamento de um veículo elétrico na rede elétrico, acelera a degeneração da bateria.