Visando a mobilidade neutra em carbono, a Audi assume o desafio de dar uma segunda vida às baterias dos seus automóveis elétricos, através da criação de um novo tipo de sistema de armazenamento de energia. Projecto, para já, ainda em fase de testes, mas que poderá tornar-se comercialmente viável, no futuro.
Desenvolvido em conjunto com a RWE, empresa alemã que atua na distribuição de gás natural e energia elétrica, este novo projecto piloto, concebido com base num conceito inovador que visa aumentar a tensão de operacionalidade, reduzindo custos, passa pela utilização das baterias de iões de lítio, usadas inicialmente nos automóveis 100% elétricos da Audi, membros da conhecida família e-tron, como forma de armazenamento de energia.
Entretanto e depois de ter iniciado a fase de testes em novembro de 2021, a RWE deu já início à instalação de uma infraestrutura para armazenamento de energia em Herdecke, na Alemanha, onde, recorrendo a um total de 60 sistemas de bateria, deverá ser possível armazenar cerca de 4,5 MWh de energia.
Em comunicado, a Audi explica que, estas baterias, retiradas de veículos e-tron, possuem ainda uma capacidade residual de mais de 80%, facto que as torna particularmente aptas para o uso em sistemas estacionários de armazenamento de energia.
Por outro lado e embora dependendo da forma como são usadas, estas baterias poderão ter até mais dez anos de vida útil. Isto, além de serem significativamente mais baratas que as novas células, recorda a marca de Ingolstadt.
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Também graças à sua aplicação numa "segunda vida", as emissões de carbono geradas durante o fabrico das baterias, passam a ser distribuídas de forma sustentável, durante um período mais longo de tempo - durante a utilização nos veículos elétricos e no período em que servirem para armazenamento de energia.
Em declarações reproduzidas no mesmo comunicado, o membro do Conselho de Desenvolvimento Técnico da Audi AG, Oliver Hoffman, defende que "a mobilidade neutra em carbono é o objetivo final da Audi", pelo que, "estamos a trabalhar arduamente para alcançar esse ambicioso objetivo."
De resto, "o nosso plano de lançar mais de 20 modelos 100% elétricos até 2025 é um passo importante nessa direção", sendo que, "as nossas aspirações vão muito além do veículo e é por isso que estamos a avançar no desenvolvimento da mobilidade sustentável por meio de colaborações com parceiros do setor da energia."
Quanto à parceria com a RWE, "visa demonstrar as possibilidades que existem para o uso amigável de recursos de baterias de alta voltagem de segunda vida e a sua integração inteligente na rede elétrica do futuro", conclui o mesmo responsável
Ainda sobre as instalações em Herdecke, onde a disposição dos 60 módulos de bateria, com cerca de 700 kg, foi terminada em outubro de 2021, seguindo-se a operacionalidade dos componentes individuais, em novembro, a RWE assume esperar começar a comercializar a totalidade da sua capacidade de armazenamento, já no início de 2022. Inicialmente, como forma de dar suporte à rede eléctrica, durante as frequentes operações de manutenção, sendo que, a partir daí, a empresa fornecedora de energia espera poder testar outras soluções.