Versão de produção do AM-RB 003, espécie de irmão mais pequeno do enorme Valkyrie, a Aston Martin acaba de dar a conhecer o Valhalla. Um superdesportivo que estreia uma nova era na marca britânica, desde logo, ao estrear um V8 híbrido a anunciar 950 cv de potência.
Anunciado, ainda em março de 2019, com o AM-RB 003 que se deu a conhecer no Salão Automóvel de Genebra, o superdesportivo Aston Martin Valhalla apresenta-se, finalmente, naquela que será a sua versão final de produção. Não apenas com nome distinto do modelo original, como também com profundas alterações no sistema de propulsão e na aerodinâmica.
A começar pela propulsão, realce para o descartar do V6 3.0 litros que, em Março de 2020, a Aston Martin anunciou como a nova solução, desenvolvida em casa, para aplicação dos futuros modelos de Gaydon, em prol do bem conhecido e já muito utilizado - também pelo fabricante britânico - V8 4.0 litros de origem AMG.
De resto e ainda sobre este oito cilindros em V, que a Aston Martin garante, desde já, tratar-se de um bloco preparado pela própria marca inglesa, destaca-se pelo facto de apresentar uma cambota plana, de certa forma, à imagem do V8 presente nas versões Black Series do Mercedes-AMG GT. Com as semelhanças a estenderem-se, ainda, às rotações máximas que é possível alcançar com "o motor V8 mais avançado, rápido e de maior desempenho, já instalado num Aston Martin", segundo os engenheiros de Gaydon - 7.200 rpm.
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Acoplado a um sistema de tracção apenas traseira, este V8 conta, ainda, com um par de motores elétricos - um em cada eixo -, os quais contribuem, em conjunto, com 213 cv (157 kW), para os 950 cv que o Valhalla anuncia como potência máxima. Isto, além de um binário máximo verdadeiramente impressionante e que se cifra nos 1.000 Nm.
Também graças a estes atributos, o Aston Martin Valhalla consegue apresentar um cartão de visita onde se inscreve uma capacidade de aceleração dos 0 aos 100 km/h em não mais que 2,5 segundos, para terminar apenas nos 330 km/h.
Aliás e a confirmar estas ambições, a promessa, deixada pela marca britânica, de que o modelo será capaz de fazer uma volta ao circuito de Nürbirgring em tão-só 6 minutos e 30 segundos. O que, a concretizar-se, significa retirar 13s àquele que é o recorde actual da pista e que, curiosamente, pertence ao AMG GT Black Series.
Igualmente a ajudar, a presença de uma caixa automática de dupla embraiagem e oito velocidades que a Aston Martin também garante ter sido desenvolvida em casa, precisamente com o foco no aproveitamento das capacidades do sistema de propulsão híbrido.
De resto e a contribuir, igualmente, para a eficiência, um diferencial electrónico de deslizamento limitado, acoplado no eixo traseiro, ao mesmo tempo que, a marcha-atrás, é feita de forma exclusivamente elétrica, recorrendo, apenas e só, aos motores elétricos. Opção que, acrescente-se, também veio reduzir o peso do conjunto.
Apenas 15 km de autonomia elétrica
Menos convincente, parece ser a autonomia garantida pelas baterias que apoiam os motores elétricos e que, revela a Aston Martin, garantem energia para não mais que 15 quilómetros. Algo que resulta, também, da concepção do próprio sistema de propulsão híbrido, o qual foi concebido em prol, quase exclusivamente, da performance.
De resto, desligado o V8, os dois motores elétricos ficam-se por uma velocidade máxima de 130 km/h, com o Valhalla a poder funcionar, dessa forma, como tracção dianteira. Com a marca a estimar, ainda, que as emissões possam ficar abaixo das 200g/km, segundo a norma WLTP, valor que não deixa de ser impressionante, estando nós a falar num superdesportivo V8.
Aliás, o Valhalla também se anuncia como particularmente leve, graças a um peso de 1.550 kg em seco, além de profundamente apetrechado em termos aerodinâmicos, graças a uma importação extensa de soluções desenvolvidas na Fórmula 1. E que, entre outros atributos, permitem que o superdesportivo britânico gere 600 kg de downforce, quando a 241 km/h.
Com mais um elemento a caminho
Entretanto e embora o Valhalla ainda não tenha os aspectos comerciais - preço, data de chegada, etc... - definidos, certo é que a Aston Martin está já a preparar um terceiro superdesportivo, a juntar ao Valkyrie e ao modelo agora apresentado.
No entanto e conforme já foi divulgado, este terceiro superdesportivo posicionar-se-á abaixo do Valhalla, tornando-se uma espécie de modelo de entrada entre os superdesportivos que a liderança do ex-CEO da AMG, Tobias Moers, tem previsto colocar no mercado.
Aliás, este próximo modelo, deverá adoptar o nome Vanquish, também de forma a revitalizar aquela que é uma das designações de maior peso, no seio da marca de Gaydon.