Hoje em dia com um acesso quase ilimitado às soluções técnicas e tecnológicas da Mercedes-Benz, a Aston Martin não pretende, contudo, perder, por completo a sua identidade. Razão pela qual e ao contrário do que chegou a ser avançado, admite, agora, descartar uma motorização de origem AMG no seu próximo superdesportivo Valhalla, substituindo-o por um V6 3.0 desenvolvido internamente.
A revelação foi feita pelo novo "homem forte" da Aston Martin e ex-CEO da AMG, Tobias Moers, que, durante a apresentação dos resultados financeiros do construtor, relativos a 2020, colocou o pé no travão, quanto à possibilidade da marca britânica passar a recorrer, de forma indiscriminada, ao banco de orgãos da Mercedes-Benz. Nomeadamente, para equipar o futuro superdesportivo de Gaydon, cuja chegada ao mercado está prevista para a segunda metade de 2023.
"Teremos o Valhalla connosco, no segundo semestre de 2023, e será um carro incrível, com tecnologia capaz de tirar o fôlego a qualquer condutor", sentenciou, em declarações reproduzidas pela britânica Autocar, o novo CEO da Aston Martin. Acrescentando, no entanto, que, apesar do acordo de tecnologia de vanguarda celebrado com a Mercedes-Benz, existem outras possibilidades por que podemos optar, relativamente aos motores a combustão, e, ainda assim, ter um sistema de transmissão eletrificado".
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Embora recusando a fornecer mais informações sobre o modelo e a sua motorização, pelo menos, até que os clientes sejam informados das alterações, Moers não deixa de reconhecer, ainda, que a Aston Martin está, neste momento, "reavaliando" o Valhalla, admitindo que, "muito provavelmente", o modelo "terá um sistema de transmissão diferente" daquele que foi apresentado com o desvendar do modelo, em 2019.
Ainda de acordo com o gestor alemão, tudo dependerá, igualmente, com custos.
Entretanto e tratando de um modelo de produção limitada, os clientes interessados começaram já a fazer os respectivos depósitos de reserva de uma unidade, embora a Aston Martin se recuse, pelo menos para já, a revelar quantos o fizeram. Com o CFO da empresa, Kenneth Gregor, a afirmar, apenas, que, "não divulgamos uma relação discriminada dos depósitos feitos relativamente a veículos, cujo saldo total, no final do último ano, era de £ 269 milhões [perto de 320 milhões de euros], mas uma grande parte dos depósitos eram, efetivamente, relacionados com o Valhalla".
DBX com motorização PHEV a caminho
Na mesma ocasião, Tobias Moers revelou, ainda, que o primeiro SUV da marca britânica, o DBX, vai ter uma variante híbrida plug-in, com "autonomia elétrica razoável", cuja apresentação deverá ter lugar apenas dentro de três anos, em 2024.
Sobre esta nova motorização, as informações mais recentes apontam no sentido de que o modelo venha a utilizar uma variante mais potente e eletrificada do bloco Mercedes-AMG V8 4.0 biturbo escolhido para as versões 63, assim como o hiper-exclusivo GT 73.
Entretanto, confirmado está, também, o lançamento de dois derivativos do SUV, o primeiro dos quais deverá ser apresentado já na terceiro trimestre de 2021, ao passo que, o segundo, só deverá ser desvendado no segundo trimestre de 2022.