Numa altura em que o mercado aponta à mobilidade 100% elétrica, a Aston Martin volta a aplicar os travões naquele que será o seu primeiro modelo desportivo zero emissões, desta feita, em detrimento de opções menos extremadas. Como é o caso dos híbridos plug-in.
Depois de ter anunciado, em junho último, a intenção de lançar quatro novos modelos, totalmente elétricos, em quatro anos, a começar já em 2025, a Aston Martin recua, agora, nesta intenção, apontando como razão uma procura, no entender do fabricante, ainda insuficiente e que, por isso, continua sem justificar um forte investimento na tecnologia.
Recorde-se que a Aston Martin celebrou, em 2023, uma parceria com o fabricante de veículos elétricos Lucid Group, detido em grande parte pelo fundo soberano da Arábia Saudita, para utilização da sua tecnologia, nos seus futuros automóveis elétricos da marca de Gaydon. Opção que, recordou o CEO do construtor britânico, Lawrence Stroll, durante a apresentação dos resultados relativos ao ano transacto, obrigou ao pagamento de 33 milhões de dólares (mais de 38,4 milhões de euros, à cotação atual) à start-up norte-americana.

"A procura dos consumidores [por veículos elétricos a bateria], nomeadamente na faixa de preço da Aston Martin, ainda não é aquilo que previmos cerca de dois anos", reconheceu Stroll, defendendo que, neste momento, "existe uma procura muito maior" por veículos híbridos plug-in. Sendo que os clientes de marcas como a Aston Martin, "querem um pouco de eletrificação… mantendo o cheiro, as sensações e o ruído de um automóvel desportivo".
Assumido o adiamento, o fabricante britânico de desportivos de luxo fixa agora em 2026 o momento em que o primeiro Aston Martin exclusivamente elétrico poderá ser apresentado ao mundo. Com o mesmo gestor a deixar a garantia de que a decisão agora tomada nada tem a ver com questões técnicas, uma vez que a empresa está satisfeita não só a tecnologia de baterias desenvolvida pela Lucid, como com as plataformas que servirão de base aos seus futuros elétricos.
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Vale a pena também recordar que a marca britânica não é a primeira a reajustar os seus planos de adopção e transição para a mobilidade elétrica, pois, já no início deste mês de fevereiro, também a Mercedes-Benz anunciou um adiamento, em cinco anos, para a concretização do objectivo de tornar-se exclusivamente elétrica. Isto, ao mesmo tempo que garantia que e ao contrário do que tinha inicialmente anunciado, continuará a desenvolver modelos com motores de combustão.
Entretanto, o CEO da Aston Martin anunciou, igualmente, um investimento, na ordem dos 350 milhões de libras, em desenvolvimento de novos produtos, durante o ano de 2024. Período em que a marca britânica tem também previsto arrancar com a produção do seu primeiro superdesportivo híbrido, com o nome de Valhalla.