Escolhido pelos resultados obtidos à frente AMG, o alemão Tobias Moers acabou por não durar muito à frente da Aston Martin. O fabricante britânico acaba de anunciar a saída do gestor, apenas cerca de dois anos após ter assumido funções, tendo já e inclusivamente, substituto...
Ingressado na Aston Martin em Maio de 2022, Tobias Moers terá já anunciado a resignação, não apenas do cargo de CEO, como também do Conselho de Administração do fabricante britânico. Embora com a efetivação da decisão a ter lugar apenas no final de julho, sendo que, até lá, Moers continuará à frente a marca.
Segundo avança o Financial Times, na base desta decisão, estará o estilo de gestão do alemão, descrito como "robusto", que inclusivamente terá conduzido a "um colapso no moral relativamente aos negócios". Tendo mesmo levado à saída de dezenas de colaboradores seniores.
Aliás, os rumores de que algo não estava bem começaram a surgir em janeiro, com algumas notícias a darem conta da possível saída do gestor alemão. Contudo, na altura, a Aston Martin optou por não fazer qualquer comentário.
Sucessor já encontrado
Entretanto e confirmada que está a saída de Tobias Moers, a Aston Martin não perdeu tempo e até já arranjou um sucessor - nada mais, nada menos, que o ex-CEO da Ferrari, o italiano Amedeo Felisa.
Sobre Felisa, importa recordar que desempenhou as funções de director tecnico da Ferrari entre 2006 e 2014, sendo que, pelo menos, de 2008 a 2016, assumiu igualmente o cargo de CEO da marca do Cavallino Rampante.
Antigo piloto, Amedeo Felisa é considerado o pai do LaFerrari e de muitos outros modelos da marca do Cavallino, que passaram à produção. Sendo que, a partir de 1 de julho, o italiano assumirá as rédeas da Aston Martin, juntamente com outros italiano, Roberto Fedeli, que passará a ser o Director de Tecnologia (CTO) da marca britânica.
Recordar que Fedeli também não é propriamente um desconhecido no mundo automóvel, contabilizando, no seu currículo, com passagens não apenas pela Ferrari, como também pela BMW, Alfa Romeo, Maserati e FAW-Silk.
Os desafios a ultrapassar
Segundo avança a Automotive News Europe, a Aston Martin não vive, propriamente, tempos tranquilos, desde logo, devido aos contratempos que tem enfrentando, nos esforços de implementação do seu plano de recuperação. E que passa, entre outros factores, pelo sucesso comercial do hiperdesportivo Valkyrie, cujas entregas estão atrasadas.
Importa não esquecer que o fabricante de Gaydon, Warwickshire, Reino Unido, vive uma situação financeira difícil desde 2018, sendo que a esperança, nomeadamente, da liderança protagonizada pelo novo dono, o norte-americano Lawrence Stroll, passava, até aqui, por recuperar financeiramente a companhia, através de uma série de novos produtos, mas também mediante um aumento da procura do SUV DBX. Algo para o qual muito conta, quer os níveis de produção, quer os prazos.
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Aliás, o próprio Stroll defendeu, publicamente, a necessidade de "o negócio entrar numa nova fase de crescimento, com uma nova equipa na liderança, e estrutura capaz de garantir que cumpramos os nossos objectivos.
Entretanto, a nova equipa que aí vem, terá ainda de trabalhar a fundo na eletrificação da Aston Martin, como forma de responder àquilo que estipula o novo plano estratégico recentemente apresentado, 'Racing Green', e que passa, também, por garantir uma linha de modelos totalmente eletrificada até 2030. Isto, com o primeiro veículo 100% elétrico a surgir já em 2025.