A atravessar mais uma fase de decisões, nomeadamente, quanto à Mobilidade Elétrica diz respeito, a Aston Martin acaba de celebrar uma parceria com a Lucid Motors, com vista à utilização, não só do know-how do jovem fabricante norte-americano, mas também de uma futura plataforma dedicada, que servirá de base a um largo espectro de elétricos. Tudo, com início em 2025.
Depois de ter decidido cancelar o projecto Rapide E, a Aston Martin (AM) procura agora garantir um lugar no comboio da Mobilidade Elétrica, através de uma nova parceria, desta feita, com o jovem fabricante de automóveis elétricos Lucid Motors.
Garantida que está a continuação da colaboração com a Mercedes-AMG, no domínio dos motores de combustão e eletrificados, o fabricante de Gaydon decidiu recorrer a um ainda jovem fabricante automóvel (foi fundado em 2007, na Califórnia), para não só aproveitar todo o desenvolvimento já feito por este no domínio dos veículos elétricos, como também desenvolver em conjunto uma nova plataforma dedicada. A qual servirá de base não somente a desportivos grand tourers e SUV, mas até mesmo a um hipercarro, destinado a substituir o Valkyrie.
Graças ao acordo de longo prazo agora assinado, a AM vai poder utilizar vários componentes do trem de força e bateria que a Lucid já utiliza no seu modelo de estreia, o Air, numa futura família de EVs de alto desempenho. A qual poderá vir, assim, a beneficiar, por exemplo, do mesmo sistema de propulsão de três motores elétricos, a debitarem mais 1.200 cv, do Air Sapphire, que assim consegue acelerar dos 0 aos 96,5 km/h em menos de 2s, mas também atingir os 321,8 km/h.
De resto e só durante os próximos cinco anos, a Aston Martin tem previsto investir mais de 2,33 mil milhões de euros na sua estratégia de sustentabilidade 'Racing. Green', a qual levará a que todos os modelos da marca venham a contar com um trem de força eletrificado até 2026, enquanto os modelos principais tornar-se-ão elétricos puros, até ao final da década.
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Segundo o Chairman Lawrence Stroll, os engenheiros britânicos não se limitarão a aplicar a tecnologia já desenvolvida e utilizada pela Lucid Motors, mas procurarão adaptá-la à "estratégia de ultraluxo e elevado desempenho" que o fabricante de Gaydon procura seguir.
Lucid torna-se accionista
Já a Reuters, refere que, com esta parceria, a Lucid Motors ganha não somente uma participação de 3,7% na Aston Martin, como um encaixe financeiro, a pagar de forma faseada, na ordem dos 232 milhões de euros, perto de 213 milhões de euros.
Com a entrada na estrutura accionista do fabricante, a Lucid junta-se assim à chinesa Geely, que no mês passado praticamente dobrou a sua participação, passando a deter 17% das acções da Aston Martin.
Entretanto, também a Mercedes já prometeu aumentar a sua participação na marca britânica, para até um máximo de 20%, até ao final de 2023.