Após saída de Tavares. Stellantis vai regressar à ACEA

O Grupo Stellantis, que integra 15 marcas de automóveis, anunciou que quer voltar a fazer parte da ACEA - Associação Europeia de Construtores Automóveis, a partir de 1 de janeiro de 2025. Este regresso ocorre pouco depois da saída do português Carlos Tavares do cargo de CEO da Stellantis.

A Stellantis justifica o pedido de adesão com o momento crítico em que se encontra atualmente a indústria automóvel devido à profunda transformação em curso rumo à mobilidade zero emissões. Em comunicado explica que a, a ACEA é a “plataforma certa” para o desenvolvimento de uma “compreensão partilhada dos temas e para uma união em torno de um caminho comum para fazer avançar a transição”.

Esta posição é oposta à do anterior CEO Carlos Tavares que retirou a Stellantis da ACEA porque afirmava que associação representativa dos 16 maiores construtores europeus de automóveis, camiões e autocarros era incapaz de travar a política da União Europeia em acabar com as vendas de veículos com motor de combustão interna a partir de 2035.

O português, que já foi presidente da ACEA, defendia que a Stellantis iria fazer o seu próprio caminho no que dizia respeito às questões da mobilidade. 

O posicionamento da Stellantis acaba agora de ser revisto e o grupo italo-franco-americano refere que espera poder colaborar com os restantes membros da ACEA e unir-se em torno de uma “abordagem comum, que permita preservar a prossecução da transição e a sustentabilidade e competitividade da indústria automóvel e os melhores interesses das suas comunidades”.

De acordo com Jean-Phillipe Imparato, COO da Stellantis, Europa Alargada, o compromisso do grupo na transição para a eletrificação é profundo. Com recurso à tecnologia multi-energia “assumimos, com grande responsabilidade, os desafios que a indústria automóvel europeia enfrenta”.

O antigo CEO da Peugeot e da Alfa Romeo, acrescenta que a Stellantis considera que a “ACEA é o fórum adequado” para se envolver com os seus pares e partes interessadas e construirem, em conjunto, “um roteiro para apoiar toda a cadeia de valor”.